As paredes de uma casa de cinco cômodos, encravada em São Gonçalo do Amarante - município potiguar a 11 Km de Natal - "guardam" os sonhos de Maria José Santos, que usa avental e uma touca para prender os cabelos. As mãos, que anos atrás colhiam feijão e algodão no campo, cheiram a tempero. Na cozinha, recém-construída, as panelas estão a todo o vapor. São cinco quilos de feijão cozinhando por dia. "No começo, era só um. Mas, se Deus quiser, vai chegar a seis, sete, oito...quilos", espera Maria.O ritmo de produção na pequena marmitaria que montou em casa há cinco anos - de onde saem por dia entre 35 e 40 pedidos - é alimentado por um fermento que faz girar a economia e milhões de micro e pequenos negócios no Brasil: o crédito, cada vez mais farto e barato para esse público.
Dentro e fora da economia formal do país, "micro e pequenos" empreendedores como Maria José se multiplicam e fazem seus negócios crescerem com o dinheiro que sai dos bancos para melhorar a renda e ajudar a comprar mercadorias, formar estoques, realizar pagamentos e investimentos.
Só este ano, os micro e pequenos contrataram mais de R$ 2 bilhões - entre janeiro e novembro - no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e no Banco do Nordeste (BNB). A cifra inclui operações de microcrédito como as realizadas no âmbito do Crediamigo, programa que o BNB opera e que oferece, além de dinheiro, orientação e acompanhamento para ser bem aplicado. O valor contratado dentro do programa superou R$ 1,7 bilhão em 2011 no Brasil. Desse total, R$ 123,5 milhões foram contratados no RN. A cifra, no estado, representou um crescimento de 465,73% sobre o total de 2003 - quando fechou o ano em R$ 21,83 milhões - e superou em R$ 1,04 milhão a que foi contratada durante todo o ano passado em território potiguar.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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