
No Brasil, a pobreza e a miséria têm rosto de criança e adolescente. É o que constatou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em relatório divulgado nesta semana. A partir de dados oficiais, a entidade chegou à conclusão que houve uma piora no indicador entre brasileiros de 12 a 17 anos: de 2004 a 2009, o percentual de adolescentes vivendo em famílias extremamente pobres cresceu de 16,3% para 17,6%, o que representa 3,7 milhões de pessoas. Na população em geral, ao contrário, o percentual de extrema pobreza - renda per capita inferior a um quarto do salário mínimo (R$ 128,50) - diminuiu de 12,4% para 11,9% no mesmo período.
"O problema não é o adolescente, e sim a violação constante dos seus direitos. O principal desafio é quebrar o ciclo infernal da pobreza", avalia a representante da Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier. A situação fica ainda mais alarmante se levarmos em conta que o país vive o ápice da juventude. O Brasil nunca teve e não voltará a ter tão grande população de adolescentes nasua história, segundo o Unicef - são 21 milhões de pessoas, o equivalente a 11% da população brasileira.
Gente como Tatiane Correa, 15 anos, que mora com os pais e três irmãos no Varjão (DF). A estudante e a família sobrevivem com uma renda de R$ 700 e limitações que vão além da questão financeira. "Até comprei uma bicicleta, mas eles só andam aqui perto e têm hora para voltar", diz Michele Correa, 33 anos. A mãe dos adolescentes tenta mantê-los por perto, longe da droga e da violência.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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