
A presidente Dilma Rousseff entrou em campo para deixar para 2012 a votação, na Câmara dos Deputados, do projeto que cria uma nova divisão para os royalties do petróleo. A estratégia do governo é protelar uma definição sobre o tema para não contaminar outras propostas de interesse do Executivo que têm de ser analisadas até o fim deste ano e deixar esfriar a temperatura entre os lados envolvidos na disputa. O adiamento favorece os Estados e municípios produtores, que são beneficiados pelo modelo atual no qual a maior parte da receita é concentrada em suas mãos.
Em conversa com a cúpula do PMDB, a presidente usou o  exemplo do que ocorreu no governo Luiz Inácio Lula da Silva para  demonstrar o que não quer repetir. Lula patrocinou um acordo com  governadores sobre o tema, mas o Congresso derrubou a proposta e aprovou  então a polêmica emenda Ibsen Pinheiro redistribuindo todos os recursos  da extração de petróleo no mar entre todos os Estados e municípios, de  acordo com os fundos de participação. O presidente acabou tendo de vetar  o texto aprovado pelo Congresso.
Para Dilma, se o projeto do  senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) for referendado pela Câmara, ela terá de  vetar para evitar danos ao Rio de Janeiro e Espírito Santo e a polêmica  será prolongada.
Dilma pediu dados sobre os impactos do projeto  aprovado pelo Senado. Os números entregues à presidente são diferentes  dos anunciados por Vital. Com isso, ela tem argumentos para adiar uma  definição e tentar construir um acordo para evitar uma divisão na base  aliada.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus 
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