O aluguel ficou no passado, assim como o emprego informal, o salário instável e o endereço na favela. Os tempos são outros na casa — agora própria — da família do estudante Luiz Inácio Matias da Silva, o Lulinha, 8 anos. Mudanças que começaram há três meses, quando o garoto, os pais e os quatro irmãos se encontraram com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Rio. Histórias que têm rumos diferentes, mas origem e desfecho em comum: ambos foram retirantes do Nordeste que vieram tentar a vida na cidade grande. E venceram.
Entre as novidades de quem já não mora no Morro Camarista Méier, na Zona Norte — residência da família desde que chegou do Rio Grande do Norte há nove anos e onde viveram na miséria —, está o quarto de casal.
Antes, a casa era alugada por R$ 300, valor que comprometia quase metade da renda da família. Itônia e o marido Francisco Canindé da Silva, 36, dormiam na sala e cediam o único quarto para os filhos Felipe, 17; Fernando, 16; Juvenal 14; Jaíne, 12; e Lulinha.O encontro em novembro com o presidente Lula, no Hotel Copacabana Palace, em Copacabana, rendeu mais do que a mudança imobiliária. Francisco que, até então, vivia de biscates na área da construção civil, ganhou emprego de carteira assinada em empresa terceirizada da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), em Quintino. Atualmente, na função de servente de manutenção, Francisco recebe o salário de R$ 792, mais auxílios para o transporte e a alimentação.
Na mesma instituição, mas na unidade de Manguinhos, o servente começa, ainda nesta semana, um curso de formação como eletricista, além de voltar à sala de aula para completar os estudos, interrompidos no 7º ano do Ensino Fundamental.
“Já me falaram lá no emprego que, com a formação profissional, em quatro ou cinco meses, vou conseguir ganhar, em média, R$ 1.500. É um dinheiro que nunca recebi na vida”, comemora o pai de Lulinha.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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