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PAULO CESAR BRITO-POETA/ESCRITOR AREIABRANQUENSE
Em Areia Branca, tenho um circulo de amigos, que é de causar inveja a qualquer ser. Ora por outra sou cobrado por vários para uma breve visita em suas residências, muitos mim verem pessoalmente, outros mandam recados por amigos, ou deixam recados no meu orkut e mails que tenho.
Porém quero explicar aos amigos que gostam de mim, a razão da minha ausência alongada é porque, quando tenho tempo, sábado e domingo, a canseira das lutas da semana pelo sustento me empurra, imperiosamente para o fundo da rede ou uma cama. Também, é bem de ver, estou na idade em que a vontade, inevitavelmente, cede á inspiração física como mental, num servilismo de cativo. Mas se vale mais é a boa intenção, como se diz, dou-me por redimido. Fique a boa intenção.
Sendo funcionário publico lotado na gerencia executiva de eventos do município, és que me deparo com uma pessoa que não havia desde sua infância, falo de Jaciara, ou popularmente como a mesma é conhecida por todos nós “Jô”. Ela é filha única de Dona Memena dos pasteis. Em umas das manhãs no barracão da gerencia de eventos, onde são confeccionadas peças importantes para os grandes eventos do município, para deliciarmos de um gostoso cafezinho propriamente dito, aparece Jô trazendo nas mãos uma sacola de plástico cheia de pasteis feito por dona Memena. Confesso-lhe, que ao comer aqueles deliciosos pasteis, novamente a lembrança mim transporta ao passado, fiz parte também da turma da Memena.
Se não mim falha a memória, acredito que no ano de 1984, eu vendia pasteis para dona Memena. Junto comigo trabalhava outros meninos da época como, Reginaldo e Ronaldo de Miguel de Panta, Novinho, Arimatéia e o seu irmão que não me lembro do seu nome nesse momento. Existia também lá outra turma boa, a qual dividíamos as tarefas. Lembro-me de Wellington e Alcione que junto com dona Memena preparavam, passavam e cortavam a massa para a confecção dos pasteis. Já eu, Arimatéia, Novinho e os demais fechávamos os pasteis numa tamanha rapidez. Vilma, Mazé, Carmelita realizavam as frituras dos mesmos. Muitos dos meninos vendedores da guloseima dormiam em um quartinho aos fundos da casa de dona Memena. De madrugada todos já acordavam dispostos para a grande missão, preparar e vender os pasteis.
Lembrei a Jô, um fato engraçado. Que sempre, sempre ela ainda criança, aparecia na porta da cozinha e ficava a admirar a distancia os funcionários ora ali trabalhando. Mas com um detalhe, sempre atentos aos olhares carinhosos e afetivos de sua mãe dona Memena, dando-lhe total proteção de uma doce mãe. Bonito gesto.
Muitos desses que faziam parte da turma, hoje têm o seu próprio comercio de guloseimas feitas de massas. Na qual aprendendo ali passo a passo ao lado de dona Memena. Falo de Wellington que tem seu comercio na vizinha cidade de Porto do Mangue, e outra que soube aproveitar o momento oportuno foi Vilma irmã de Memena, que tem seu ponto em sua residência ali ao lado da panificadora alvorada de João Augusto. Infelizmente outros não tiveram a mesma sorte, trilharam por caminhos mais espinhosos, foi o caso de Alcione negrão e Arimatéia que enveredaram no caminho do das drogas e do alcoolismo. Peçamos a Deus em nossas orações forças para que os mesmos consigam largar em definitivo esses vicios maldito. Tristeza para todos nós seus amigos.
Vez por outra faço uma grata visita as amigas Jô e dona Memena, onde as mesmas mim querem muito bem, e eu a elas. Mim oferecem um delicioso cafezinho lá na cozinha, onde dali daquele espaço, sem elas perceberem é claro, meus olhos percorre com saudades aquele simples cômodo daquela casa, onde a turma trabalhava feliz. É tanto que fico a perguntar ao tempo o senhor da historia, cadê a turma que preparavam, cortavam as massas, e as que fritavam as deliciosas guloseimas? Os vendedores que saiam felizes para vender o tal produto para o deliciar dos clientes? Na qual o tempo não é capaz de mim responder essa simples e significante pergunta. Porém de uma coisa tenho a plena certeza, o tempo só não é capaz de apagar das nossas mentes sadias as lembranças felizes que a turma passou juntos.
Alguém que deliciava dos pasteis lá no barracão de eventos falou assim, que pasteis deliciosos e bem feitos. Jô rapidamente tomou parte da conversa e disse, essa massa e esses pasteis foram feitos por minha mãe, que com uma pitada de respeito e amor ao consumidor fez com carinho.
Você tem toda razão Jô, em falar tudo isso, pois dona Memena, além da pessoa bonita, carismática e respeitadora que ela é, ainda é uma pessoa dotada da mais pura fé católica, e tem respeito mútuo para com o seu próximo. Saudades e muito da turma de dona Memena.
Postado Por:Paulo Cesar Brito
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