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PAULO CESAR BRITO-POETA/ESCRITOR AREIABRANQUENSE
Ao conversar com alguns amigos conterrâneos, lembramos da nossa participação na maior e melhor banda marcial do Estado do Rio Grande do Norte. A Banda Marcial de nossa cidade.
No ano de 1992, ao retornar-me do serviço prestado a nossa pátria através do exercito brasileiro, e de volta ao meu velho e amado torrão, resolvi descansar daquele desgastante tempo da farda verde oliva. Quando foi no mês de março precisamente ali na travessa dos calafates, ouvir o ecoar dos sons das cornetas, misturando aos sons dos bombos, surdos, pratos e taróis. Era a banda marcial do município que se aproximava. Os componentes tocavam com galhardia e muito amor os dobrados, e realizavam magníficas evoluções, sobre o comando do maestro e professor Severino Pereira.
Não custou muito, e logo engressei-me na banda, quando sua sede ainda era ali por traz do hospital maternidade, em um prédio pertencente a Valdecir Nunes “Cizinho”. De cara o Professor Severino ofereceu-me uma corneta “fá”. Logo, logo dominei muito bem o referido instrumento musical.
Em seguida a banda marcial teve que se mudar de sua sede para um outro local, de onde não deveria ter saído nunca, da Escola Técnica de Comercial, hoje Escola Municipal Professora Geralda Cruz, lá sim, que era seu verdadeiro lugar de origem. Os ensaios aconteciam a todo vapor de segunda á sexta-feira, sempre nos horários das 17:30 ás 19:00 horas, com a participação em massa dos componentes, sem faltar um se quer. Pois todos amavam o que faziam.
Não faltavam convites para participarmos e abrilhantarmos eventos em outras cidades circunvizinhas como, Macau, Assu, Carnaubais, Porto do Mangue, Grossos, Tibau, Mossoró e Serra do Mel. Isso sem esquecer que participávamos também de todos os eventos que aconteciam na salinésia. Inclusive no ano de 1993, a banda marcial se transformou em uma orquestra de frevo para abrilhantarmos o sábado de Zé Pereira daquele carnaval.
Infelizmente em março do ano de 1997, fui surpreendido com a noticia da morte do Maestro e amigo Professor Severino Pereira, que aconteceu no dia 02/03/97. No momento estava estudando em Salvador-BA, realizando estudos sobre a convivência comunitária com a participação de adeptos de diversas religiões. Fiquei triste pela perda do amigo “Severa” como era carinhosamente chamado pelos seus amigos e por que não dizer seus “filhos” que participavam da banda?
Ao assistir aos espetáculos de desfiles da emancipação política do município, vejo que a banda marcial do professor Severino não passará mais por ali, os tambores emudeceram, os taroís pararam de rufar, as cornetas e cornetões não soaram mais. Verifiquei e cheguei à conclusão que junto a sepultura do maestro Severino, foi sepultada também a banda marcial de Areia Branca.
Severino espero que você esteja maestrando uma nova banda marcial. só que desta vez composta por anjos celestes. Realizando maravilhosos dobrados e bonitas evoluções. O que nos resta dizer daqui, é que um dia nos veremos no reino do pai celestial. Ao mestre, maestro, e amigo professor Severino. Que Deus lhe dê o reino dos céus por descanso. Descanse em paz amigo. Dia de saudades de Severino e por que não dizer também da banda marcial.
Postado Por:Paulo Cesar Brito
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