PT tem que colocar o bloco na rua juntos com meus aliados sugere Cabral

Na reta final das eleições, o governador reeleito do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, reapareceu ontem numa agenda pública, após viagem a Paris com a família. Foi uma reunião com cerca de 60 prefeitos de cidades do estado e outros 60 deputados estaduais e federais para dar um ‘puxão de orelha’ nos membros da coligação e cobrar mais empenho na campanha de Dilma Rousseff (PT). Cabral comandou o encontro, mas seu tom de cobrança foi mais ameno do que o do senador Francisco Dornelles (PP).
Diante de aproximadamente 400 políticos que lotaram o auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Centro do Rio, o governador lançou novo desafio: fazer com que Dilma vença o candidato tucano, José Serra, nos 92 municípios do estado, fato que ocorreu apenas em 61 cidades no primeiro turno. Segundo ele, o Rio de Janeiro será o diferencial nas eleições presidenciais, sobretudo na Região Sudeste.
“É hora de juntar forças. Nossa coligação conta com 16 partidos e é muito forte. Bacana seria se a Dilma superasse a minha marca de 5,2 milhões de votos no Rio, e acho isso bem possível”, frisou Cabral.
No primeiro turno, 3,7 milhões dos eleitores escolheram a candidata petista no estado. No palanque, onde ficou por pouco mais de uma hora, Cabral teve a companhia de líderes municipais, estaduais e federais, entre eles, o senador Dornellees — que elevou o tom ao falar sobre o desempenho de Dilma nas urnas do estado.
“Não gostei nada do resultado obtido no primeiro turno. Em alguns municípios, como São Francisco de Itabapoana (32,69%) e Itaocara (27,93%), a votação da Dilma me decepcionou bastante”, afirmou, acrescentando em tom irônico. “Prefeito que perder vai ter que buscar emenda em outro lugar”, referindo-se às emendas ao orçamento que parlamentares conseguem para municípios de seus estados de origem.
Apesar de esperado, o senador Marcelo Crivella (PRB) não compareceu e não justificou a ausência. Outro que não esteve na ABI foi o deputado Jorge Picciani (PMDB), que alegou problemas de saúde.
No domingo, Dilma participará de uma carreata, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Sérgio Cabral na Zona Oeste. No mesmo dia, está prevista visita de Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves, mas eles percorrerão a orla da cidade, na Zona Sul.
Paes sugere que prefeitos façam ‘seu Dia com Dilma’
O prefeito Eduardo Paes foi o único no evento a comentar o fato de as questões religiosas estarem diretamente envolvidas no processo eleitoral deste ano e classificou a discussão como ‘vergonhosa’. “Religião e política não se misturam. Acho toda essa discussão vergonhosa”, disparou.
Paes chegou a propor aos demais prefeitos que o próximo domingo funcione como uma espécie de ‘seu dia com Dilma’, visando divulgar a candidatura da petista.
Ainda na reunião, ficou combinado entre todos da coligação que a estratégia para atrair novos eleitores para a candidata deverá ser ‘colocar o bloco na rua’ nos dias restantes até a eleição. De acordo com os principais líderes, o objetivo é mostrar ao eleitor fluminense que o bom relacionamento com o governo federal está trazendo grande legado para o estado.
“Em menos de quatro anos, o Rio de Janeiro saiu da 21ª colocação para a 1ª na captação de recursos federais”, frisou Luiz Fernando Pezão, vice-governador.
Na saída do evento, Sérgio Cabral considerou normal tucanos e petistas escolherem o Rio para realizar campanhas no último domingo antes do dia 31.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus