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PAULO CESAR/POETA/ESCRITOR-AREIABRANQUENSE
Eis uma palavra desconhecida pelo famigerado corretor ortográfico do Microsorf Word: CATREVAGE, que segundo o Houaiss pode significar sobras de materiais de construção, monte de quaisquer objetos, súcia de malandro ou moveis e utensílios pobres.
É apenas uma pérola do meu vocabulário arcaico, motivo freqüente de gargalhadas.
A turma ri, e não é pouco, quando falo coisas assim. A tropa de casa, por exemplo, não me deixa em paz, porque me recuso a usar “creme dental”, “condicionador de cabelo”, e a enfiar “cinto” nas calças. Insisto em pedir “pasta” para escovar os dentes, “creme rinse” para engordar as caspas e “cinturão” para impedir que o fundo da calça bata nos pés.
Segunda-feira antes de resolver alguns dos meus assuntos no centro da cidade, passei antes na casa de meus pais para saborear aquele delicioso café da manhã. Foi quando disse a minha mãe que uma amiga tinha dado um “Passamento” ela riu: “passamento! Ave Maria, meu filho, há muito tempo eu não escutava essa palavra”.
Minha filha mais velha Cecillia Virginya, que agora deu para falar de mim (que tenho chulé, que acordo com remela nos olhos, que tenho a testa e a testa grande), mas ela bem sabe de minha paixão por palavras com cheiro de naftalina.
Regi Clesia a mãe de Cecillia, há pouco, estava “mangando” porque pedi um simples “caneco” dágua a Felipe e Brito Junior. Dona Regi Clesia é fogo, vive achando graça dos meus termos: “maaiiisss”, “oxe!”, “matraca”, “passamento”, “cocorote”, “peia”, “carão”, “flechado” e muitos outros.
Sou uma pessoa que nunca gostei de falar bonito, mesmo fazendo uso de microfones, como fazem os intelectuais. Porém, gosto e acho interessante as palavras de outrora. Outra coisa que tenho comigo, nunca me acostumei chamar pelo nome das repartições publica ou outros setores atuais de nossa cidade. E sim, pelas que aprendi no passado, como por exemplo, Escola Municipal Profª. Geralda Cruz (Comercio ou Técnica), Escola Estadual Cônego Ismar Fernandes de Queiroz (Estadual), Escola Municipal Romão Ferreira (Grupo de Luizalvo), Receita Federal (Alfândega), Abatedouro Publico (Matança), os bairros, São João (Índios), Dom Bosco (Ilha), Estádio de Futebol Dr. Gentil Fernandes (Campo), Praia do Meio (costa) e Hospital Maternidade (Maternidade).
Como já disse inicio desta crônica, nada contra o vocabulário moderno, mais na qualidade de saudosista que sou, eu gosto mesmo é do vocabulário do passado. “Arre égua!”.
Postado Por:Paulo Cesar de Brito
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