Um homem ficou ferido depois de pisar na cabeça de um bagre, neste sábado (16), em Santos, no litoral de São Paulo. Antonio Ales Filho, de 66 anos, estava na praia do Boqueirão, quando acabou pisando em um dos 'ferrões' do animal. Este é o sexto caso de acidentes com bagres na região neste mês.
Antonio estava caminhando com a esposa, Sueli Fortes Alves, de 60 anos, quando se acidentou. Ela afirma que o acidente aconteceu próximo ao canal da Avenida Washington Luís. "Nós moramos no Boqueirão. Saímos de casa para caminhar e, quando passamos por um posto policial, ele pisou", diz.
Sueli relata que a praia de Santos, na manhã do último sábado, estava com bastante sujeira e animais mortos e, por estarem distraídos, não perceberam a presença da cabeça do peixe. "A praia estava bem suja. A maré deve ter jogado o peixe, que estava cortado pela metade. Só estava a cabeça dele na areia", falou.
Ao pisar na cabeça do bagre, Antonio pediu à esposa que retirasse, mas ela preferiu recorrer ao salva-vidas do Corpo de Bombeiros. “Ele queria que eu tirasse, mas eu não quis. Peguei o carro e o levei à Santa Casa de Santos. Lá, o médico conseguiu retirar e passou a medicação necessária. Não foi preciso colocar pontos”, conclui.Outros casos
O primeiro caso de acidente envolvendo bagres em Itanhaém, na última semana, aconteceu na Praia do Centro, conhecida popularmente como "Praião", quando uma mulher foi atingida pelos "ferrões" do animal. O peixe ficou preso à barriga da vítima, que precisou ser submetida a uma microcirurgia.
Em seguida, um novo caso aconteceu no dia 9 quando um bagre ficou preso ao braço de uma banhista enquanto ela mergulhava na região conhecida como Boca da Barra.
A terceira e a quarta ocorrência, assim como no caso da funcionária pública, ocorreram no último domingo. Uma mulher estava em casa quando pisou em um saco de lixo, que continha um bagre morto. No mesmo dia, uma criança, com idade entre nove e dez anos, deu entrada na unidade de saúde de Itanhaém com ferimentos causados por um bagre.
Segundo o médico que atendeu este último caso, o menino estava mergulhando na Praia do Centro quando foi "fisgado" no tornozelo por um bagre.
Os casos envolvendo bagres preocupam moradores e turistas, mas o biólogo Alexandre Pires Marceniuk, especialista em peixes marinho-estuarinos, não vê motivo para pânico. Em entrevista, na última segunda-feira (11), o biólogo afirmou que a espécie não ataca humanos e que, no momento do acidente, os animais provavelmente estavam mortos.
As regiões de Itanhaém onde os acidentes aconteceram são próximas e marcadas pelo encontro do rio com o mar.
O biólogo aconselhou os banhistas que frequentam as praias a ficarem atentos, já que os espinhos podem causar graves ferimentos. "É como se fosse um anzol. Ele entra fácil e é muito difícil de sair. Os ferrões causam uma infecção. Se alguém puxar o espinho vai ser pior, ainda mais porque pode causar uma dilaceração. Tem que ir ao médico de qualquer jeito", afirma.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus