De olho no efeito multiplicador do chamado voto de opinião, o comando
da campanha de Dilma Rousseff no Rio quer que o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva entre em campo e seja o anfitrião de encontro, no
início de agosto, com integrantes de movimentos sociais, artistas e
representantes de Organizações Não Governamentais (ONGs) do estado. A
ideia é reunir cerca de 150 pessoas, que funcionem como
‘multiplicadores’ da proposta de governo de Dilma.
A presença de Lula no Rio será discutida na
primeira reunião de todos os coordenadores regionais da campanha com Rui
Falcão, presidente do PT. O encontro está previsto para terça-feira, em
Brasília. A avaliação é que o ‘socorro’ do ex-presidente à campanha de
Dilma no Rio é essencial para ocupar espaço junto a parte do eleitorado,
hoje ‘órfão’ de uma candidatura semelhante a de Marina Silva (ex-PV e
atual PSB) , em 2010, e de Heloísa Helena (Psol), em 2006. Ambas foram
bem votadas no Rio, beirando os 30% dos votos válidos no primeiro turno.
O temor é que esse espaço acabe sendo preenchido em grande
parte pelo candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves.
Mesmo na chapa do presidenciável Eduardo Campos, do PSB, Marina Silva
teria perdido esse nicho do eleitorado do Rio, segundo avaliam os
responsáveis pela campanha à reeleição da presidenta.
“É preciso ter um papo-cabeça com esses
formadores de opinião, que são estratégicos no Rio. É preciso disputar o
voto de opinião a partir de agora. Por isso, precisamos trazer o Lula
para conversar com essas pessoas”, diz Adilson Pires, vice-prefeito do
Rio e coordenador da campanha de Dilma no estado. Depois do encontro com
Lula, o comando da campanha presidencial no Rio quer fazer um
megaevento, no fim de setembro, na capital com a participação de Dilma.
A decisão de reagir e buscar o voto de opinião
do eleitor fluminense foi baseada nos resultados das últimas pesquisas
de intenção de voto nos municípios com mais de 500 mil habitantes. Pela
primeira vez, o tucano Aécio Neves aparece à frente de Dilma na
simulação de segundo turno entre os eleitores que vivem em cidades
grandes e médias. “Todo o partido quando está no governo é muito forte
nos grotões”, observa Pires. “Mas é preciso conquistar os formadores de
opinião, que têm simpatia pelo o que o PT representa na sociedade”,
conclui.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus