A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,75% em outubro, a maior apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para meses de outubro, desde 2002 (1,31%), segundo destacou a coordenadora de índices de preços do instituto, Eulina Nunes dos Santos. Em setembro, o índice subiu 0,45%. Ela sublinhou também que a taxa acumulada de janeiro a outubro, de 4,38%, já supera a inflação de todo o ano passado, quando chegou, de janeiro a dezembro, a 4,31%.
O indicador ficou no teto do intervalo das estimativas dos analistas. O resultado do mês passado também é o maior nível desde fevereiro deste ano, quando havia atingido 0,78%. Até o mês passado, o IPCA acumula alta de 5,20% nos últimos 12 meses.
Apesar da forte pressão dos alimentos e também de serviços como colégios (6,64%, a maior contribuição de alta para a inflação no ano), empregado doméstico (9,55%), condomínio (5,08%) e conserto de automóvel (5,71%), Eulina destaca itens que, por outro lado, tiveram contribuição para conter a alta do IPCA em 2010. Alguns deles têm o preço vinculado ao dólar, como é o caso de artigos de limpeza (1,09% de janeiro a outubro) e artigos de higiene pessoal (2,04%), além de combustíveis (0,35%), automóveis novos (-0,95%) e automóveis usados (-1,56%). Segundo destacou Eulina, apenas 26 itens pesquisados são responsáveis por quase 80% do IPCA acumulado em 2010.
Alimentos
O grupo dos produtos alimentícios registrou variação positiva de 1,89% em outubro, ante alta de 1,08% em setembro, contribuindo com 0,43 ponto porcentual, ou 57%, do IPCA do mês passado, que subiu 0,75%. Foi a maior variação mensal apurada pelo IBGE nesse grupo desde junho de 2008, quando chegou a 2,11%.
Os principais impactos de alta, em outubro, foram dados pelo feijão carioca (31,42%) e as carnes (3,48%). Esse último item deu a maior contribuição individual (0,08 ponto porcentual) para o IPCA de outubro.
Não alimentícios
Os produtos não alimentícios registraram alta de 0,41% em outubro, ante 0,27% em setembro, segundo o IBGE. A principal pressão sobre esse grupo de produtos no mês passado ficou com os combustíveis, cuja variação chegou a 1,56%, contribuindo com 0,07 ponto porcentual na taxa mensal do IPCA (+0,75%). O litro do etanol teve reajuste de 7,41%, pressionando também o preço da gasolina (1,13%).
Houve alta também em itens como empregados domésticos (1,21%), aluguel (0,83%), condomínio (0,63%) e taxa de água e esgoto (0,48%), enquanto o grupo de vestuário aumentou 0,89%.
Baixa renda
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para a camada de renda mais baixa da população, ficou em 0,92% em outubro, ante 0,54% em setembro, segundo o IBGE. No ano, o INPC acumula alta de 4,75% e em 12 meses, de 5,39%.
O INPC se refere às famílias com rendimento de um a seis salários mínimos, enquanto o IPCA abrange famílias com renda de um a 40 salários mínimos.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus