Na primeira denúncia de 2017, a força-tarefa da Operação Lava-Jato mirou a ação contra o empresário Mariano Marcondes Ferraz, que responde por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. O empresário foi preso no dia 26 de outubro no Aeroporto de Guarulhos, quando tentava viajar para Londres. Após uma semana na carceragem, em Curitiba, pagou uma fiança de R$ 3 milhões para deixar a prisão. Devido ao recesso judiciário, a juíza responsável por receber ou não a denúncia será Gabriela Hardt, substituta de Sérgio Moro. Ferraz só voltará a ser preso se for condenado em segunda instância. O empresário é acusado de ter pago mais de US$ 800 mil ao então diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Ferraz era representante da empresa Decal do Brasil e, segundo os procuradores, ofereceu e prometeu propina a Costa em troca da atuação do diretor a favor da Decal na renovação do contrato de prestação de serviços de armazenagem e acostagem de navios nas instalações do Porto de Suape, em Pernambuco. Firmado em 2006 entre a estatal e a Decal, o acordo terminaria em 2011. A Petrobras, no entanto, não estava interessada em renovar a parceria.“Diante desse quadro de dificuldades opostas pela Petrobras, Mariano Marcondes Ferraz foi tratar do assunto da renovação do contrato de tancagem com Paulo Roberto Costa, pois, mesmo diante do considerado baixo valor de aluguel pago pela Petrobras, a estatal era a única cliente da Decal e, por isso, o contrato era de importância estratégica para a empresa, sob pena de falência”, afirmaram os procuradores.
DEPÓSITOS NO EXTERIOR
Após um jantar com o diretor da Petrobras e o operador Fernando Soares, o “Baiano”, Ferraz acertou o pagamento de propina no valor de US$ 868 mil.Os depósitos foram feitos em contas no exterior, em nome do genro de Paulo Roberto Costa, Humberto Mesquita. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), os pagamentos foram feitos a partir de três contas de Marcondes Ferraz para uma conta na Suíça em nome de Mesquita.
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