O Banco Central (BC) encontrou R$ 11 milhões nas contas da mulher do ex-governador Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo, e de sua empresa de advocacia. A pedido da juiz Sérgio Moro, o BC bloqueou R$ 10 milhões das contas de cada um dos acusados da 37ª fase da Operação Lava-Jato, batizada de Calicute. Nas contas do ex-governador, o BC encontrou R$ 455. Na conta pessoal de Adriana foram encontrados R$ 10 milhões e outro R$ 1 milhão na de sua empresa.
No despacho em que autorizou a prisão de Sérgio Cabral, Moro afirmou que não importa se os valores nas contas bancárias foram misturados com valores de procedência lícita. “O sequestro e confisco podem atingir ativos até o montante dos ganhos ilícitos. Também se justifica a mesma medida em relação às contas das empresas de sua titularidade e controle que podem ter sido utilizadas para ocultar e dissimular a vantagem indevida recebida”, afirmou o juiz, que decretou o bloqueio de R$ 10 milhões nas contas dos investigados.
Durante as investigações, o sigilo fiscal de Adriana Ancelmo foi quebrado. Um relatório da Receita Federal apurou que a ex-primeira-dama aumentou seu patrimônio dez vezes desde 2007, ano em que Sérgio Cabral tomou posse como governador do Rio de Janeiro. O salto foi de R$ 2,078 milhões naquele ano para R$ 21,7 milhões no ano passado.
No informe aos procuradores da Lava-Jato, a Receita Federal classifica como “pujantes” as movimentações financeiras de Ancelmo, mas não verifica incompatibilidade entre os rendimentos declarados.
Em seu despacho, Sérgio Moro afirmou que foram encontrados indícios de que Andriana Ancelmo tenha estruturado suas operações financeiras em valores fracionados para que ficassem abaixo dos parâmetros de segurança do Banco Central — operações bancárias suspeitas de lavagem de dinheiro de valor igual ou superior a R$ 10 mil são comunicadas para o BC.
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