Toda maldade será castigada. Parodiando o título do livro de Nelson Rodrigues, finalmente chegou o momento em que o vilão Tibar (Leo Franco) será punido por todas as injustiças — a mais recente foi arrancar o coração de uma prostituta para salvar a vida de Raabe (Miriam Freeland) — em ‘A Terra Prometida’, na Record. “O general terá uma luta no alto de uma casa, se desequilibrará e acabará caindo em uma estaca, que atravessará o corpo dele”, antecipa o ator sobre a cena que irá ao ar na terça-feira.Para a sequência, Leo faz uso do dublê Jorge Só. Afinal de contas, não arriscaria se jogar de uma distância de aproximadamente sete metros de altura. Enquanto o dublê fazia a cena de queda, Leo esperava a armadura dele ser confeccionada com um pedaço de estaca colado na altura do peito. “Aí, me posicionei no local que cairia e o técnico fez os últimos retoques”, explica Franco, que ficou longos minutos estirado sobre os escombros sob um sol escaldante.
A
veracidade da imagem é tão grande que Leo fez questão de posar para
fotos para depois mostrar para a família. Nem há necessidade de
mencionar o espanto dos pais do ator, Seu José, de 80 anos, e dona
Talita, de 75, ao verem as fotos. “Eles diziam: ‘Não me mostra isso,
pelo amor de Deus. Que angústia!’”, lembra, aos risos.
A
sensação de ficar ali com o corpo estirado e forjando a própria morte
mexeu com o intérprete do general linha dura da novela. “É uma sensação
muito estranha de morrer e não saber o que vem depois. Quando está
prestes a morrer, é interessante que dá um sentimento de infinitude da
vida e do personagem. Essa cena da morte significou muito para mim”,
conta.
A morteTibar descobre que Raabe é a responsável por ajudar os espiões hebreus e resolve matar a prostituta. Sandor (Pedro Henrique Mourinho), filho de Tibar, que, assim como o pai, também é apaixonado pela moça, resolve ir atrás da amada. Quando Tibar encontra a meretriz no meio da multidão, arremessa uma lança para matá-la, mas se desespera ao descobrir que acertou o próprio filho e lamenta ao lado do corpo do herdeiro.
Kadmo (Marcos Reis) resolve desafiar Tibar em um duelo. “Nesse embate, que é violentíssimo, o Tibar se descuida e acaba morrendo”, lembra Franco. Para o ator, viver um personagem tão complexo e cheio de nuances foi instigante.
“Ele já aprontou todas. Na minha profissão, não é sempre que encontro papéis conflituosos como o Tibar. Tinha o poder de vida e morte, de mandar prender ou soltar, de matar homens, mulher e até crianças. Só devia satisfação ao rei Marek (Igor Rickli). Foi muito bom ter tido a oportunidade de exercer a maldade, já que na vida real somos uma sociedade que respeita o politicamente correto. Não somos preconceituosos, respeitamos as minorias. Mas não na época da novela, em que o Tibar impunha sua vontade. E isso foi uma experiência forte e contundente para mim”, frisa Leo.
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