O presidente Michel Temer decidiu nesta terça-feira enviar ao Congresso Nacional a reforma da Previdência em setembro. O governo não estipula meta para a aprovação das medidas, mas espera que a tramitação seja "a mais breve possível". O texto da reforma, que não será fatiado, deve ser finalizado ainda nesta semana, e Temer deve conversar com a base parlamentar "assim que tivermos quorum", segundo o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. A decisão de se encaminhar uma reforma da Previdência é absolutamente irreversível. O governo já tomou essa decisão, acha que não tem condição de a Previdência manter-se do jeito que está — declarou o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima.
— Nós temos na base várias posições diferentes. O segredo agora do presidente Michel, e nisso ele é perito, expert, é fazer com que a base tenha um consenso mínimo — afirmou Padilha, após reunir-se com Temer e com Geddel Vieira Lima, e completou dizendo que Temer irá procurar as bases já na semana que vem, "assim que tivermos quórum".
Os ministros disseram que não deve haver surpresas: o texto deverá ser o que já está sendo divulgado, como idade mínima de 65 anos e transição para professores e mulheres.
Sobre as discordâncias na base aliada do governo quanto ao momento de enviar a reforma previdenciária ao Congresso, Geddel fala em "estratégias parlamentares", e nega rachas. O PSDB deseja que seja o quanto antes, enquanto o DEM quer esperar as eleições.
— Não há divergência. É uma questão de estratégia parlamentar. Nós vamos ainda amarrar com operadores políticos — disse Geddel Vieira Lima, completando: — A questão é muito mais de estratégia parlamentar, como quórum, formatação de comissão especial, tramitação, num período em que você tem os parlamentares envolvidos no processo eleitoral.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que seria "inútil" enviar o texto ao Congresso antes dos pleitos municipais. Segundo ele, durante o período das eleições não haverá sessões e, por isso, é "indiferente" enviar em setembro ou início de outubro a reforma da Previdência.
— O governo vai encaminhar a matéria, sabe quais são os pontos importantes, não está enganando a sociedade. Se apresentar no dia 15 ( de setembro) ou no dia 3 ( de outubro), do ponto de vista prático não faz a menor diferença. Os prazos serão os mesmos — disse Maia.
— Nós vamos ter 54 votos do PSDB, votos do DEM para aprovar a reforma da Previdência e a PEC do teto de gastos. Olha que notícia boa para o Brasil. A responsabilidade do PSDB, do DEM e de tantos partidos se faz clara quando o presidente Aécio Neves coloca a sua preocupação, Tenho certeza que o PMDB também apoiará. Teremos todos os votos da base.
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