O ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima disse, nesta terça-feira, que é a favor da medida que anistia a prática do caixa 2. Responsável pela articulação política do Palácio do Planalto, ele disse que "pessoalmente" pensa que quem cometeu o ato não deve ser punido, de acordo com "O Estado de S. Paulo".
A pauta provocou
revolta na Câmara dos Deputados na noite da última segunda-feira e
acabou ficando sem votação após forte reação da oposição. O entendimento
é que se houver a criminalização do caixa 2 a partir de agora, a lei
não pode retroagir em desfavor dos já acusados pela prática. Desta
forma, todas as ações de caixa 2 praticadas antes da lei entrar em vigor
estariam automaticamente anistiadas.Não quero impedir outros assuntos de serem analisados na sessão, mas
quero atrapalhar essa história de anistia de caixa 2, que é crime”,
criticou o deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) durante a sessão de
segunda-feira. “Não é tolerável propor uma medida como essa sem nenhuma
discussão. Isso é desrespeitar os deputados.”
Geddel já havia provocado polêmica no início deste mês ao
responder uma internauta no Twitter quando esta pediu que ele explicasse
como "era a sensação de assumir um cargo do Executivo sem voto
popular". Na ocasião, o ministro afirmou que a sensação era "gostosa".
A
declaração repercutiu e gerou críticas na rede social. "Aqui na Bahia
você não tem mais voto", destacou um dos internautas. "E assim perdeu a
vergonha na cara e o eleitorado", reforçou outro usuário. "Os caras não
têm limite mesmo", se indignou mais um.Além disso, um dos internautas foi bloqueado e impedido de seguir a conta de Geddel no Twitter, após questionar: "Vergonha na cara é o que passa longe do senhor?". O ministro respondeu que iria bloqueá-lo "exatamente por ter [vergonha na cara]". "Tchau, querido", ironizou.
Dez medidas
A criminalização do caixa 2 está sendo debatida em uma comissão especial que analisa um projeto sobre dez medidas de combate à corrupção (PL 4850/16). Na manhã desta terça-feira, o relator da comissão, Onix Lorenzoni (DEM-RS), disse achar estranho a proposta não ter sido levada para debate na comissão.
Lorenzoni chamou de manobra a tentativa de votação em plenário. “Nessas condições não contem com meu voto, não contem com nenhuma manifestação favorável minha, porque este tema é extremamente sensível e deve estar no bojo das dez medidas contra a corrupção. Nós temos um compromisso que vamos honrar”, disse.
O deputado prometeu apresentar seu parecer na comissão especial na última semana de outubro, para que seja votado na primeira na semana de novembro pelo colegiado. A expectativa é que o plenário analise a proposta nas duas últimas semanas de novembro.
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