O presidente da República em exercício, Michel Temer, afirmou nesta quinta-feira (2) em entrevista concedida ao jornal "SBT Brasil" que, em caso de novas revelações de envolvimento na Lava Jato ou denúncia de corrupção, ministro de seu governo deverá deixar o primeiro escalão. Desde 12 de maio, quando Temer assumiu a presidência no lugar da presidente afastada, Dilma Rousseff, dois novos ministros deixaram o cargo que ocupavam no governo.
Fabiano Silveira, ex-ministro da Transparência, deixou o posto após vazamento de áudio no qual ele criticou a condução da Operação Lava Jato pela Procuradoria Geral da República (PGR). O ex-ministro do planejamento Romero Jucá saiu do governo após vazamento de conversa na qual ele diz que é preciso "pacto" para barrar a Lava Jato.
Na entrevista exibida na TV, Temer foi perguntado se haverá demissões
no mesmo dia em caso de eventuais novas revelações envolvendo ministros e
a Operação Lava Jato ou outros casos de corrupção. "Acho que os
ministros sairão, eu não tenho a menor dúvida disso. Se houver
incriminações, acho que o próprio ministro tomará a providência",
declarou.
"Às vezes dizem: ‘o Temer demorou a tirar o ministro’. O fato aconteceu
às 11 horas de uma noite... não existe isso [de demorar a demitir]",
completou.Previdência e CPMF
Na entrevista, o presidente em exercício foi perguntado se é favorável à idade mínima para a aposentadoria. Ele respondeu que sim, inclusive para servidores públicos. “Sim, acho que é preciso igualdade, isonomia. E penso que os servidores públicos não se abalariam”, afirmou. Ele destacou que é preciso "reformular a Previdência" no país.
A equipe econômica montada por Temer tem dito, desde que o peemedebista assumiu interinamente a Presidência, que uma das prioridades do governo será fazer uma reforma nas regras previdenciárias. Uma demonstração de que mudanças no setor serão um dos focos do presidente em exercício foi a incorporação da Secretaria de Previdência Social ao Ministério da Fazenda. Antes, a área integrava o Ministério do Trabalho.
"Qual é a solução agora? Estamos vendo uma fórmula de comum acordo com centrais sindicais, com a sociedade. Num dado momento, formularemos um projeto dizendo [como será]. Ou fazemos isso, ou a Previdência não dará conta”, disse.
Temer também não descartou a possibilidade de retorno da CPMF que, segundo ele, seria “necessariamente” temporária.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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