Produto principal da mesa do brasileiro, o feijão virou artigo de luxo e piada na internet. Com preços que variam de R$ 3,59 a R$ 5,99, o quilo, o carioca tem sentido um grande peso no orçamento doméstico. Por conta dos valores altos, ontem o governo federal decidiu liberar a importação do grão de alguns países do Mercosul, a fim de reduzir o custo para o consumidor final nos supermercados.
A informação inicialmente foi dada pelo presidente interino Michel Temer (PMDB) na sua conta no microblog Twitter. Pouco depois, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, anunciou que a medida valerá para o feijão de origem da Argentina, Paraguai e Bolívia. Segundo o ministro, também está em estudo importar o produto do México e da China. Dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), de junho, mostram que o preço do feijão preto já subiu 21,36% só este ano, contra alta de 3,97% registrada em igual período de 2015. Para quem prefere o feijão carioca, a elevação foi ainda superior de janeiro a junho: 54,09%, ante alta de 34,48% no mesmo período do ano passado.
O avanço nos preços tanto do feijão preto quanto do carioca supera e muito a inflação medida pelo IPCA-15 no mesmo período, que é de 4,62%. E ultrapassa também a alta dos preços de alimentos, que desacelerou em junho para 0,35%, após subir 1,03% em maio.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que no acumulado dos últimos 12 meses até maio, a alta do feijão chega a 41,62%. De acordo com o instituto, o aumento é resultado de problemas climáticos, que vêm reduzindo a produção do feijão no Brasil.
“Pessoalmente tenho me envolvido nas negociações com os cerealistas, com os grandes supermercados, para que eles possam fugir do tradicional que se faz no Brasil, e ir diretamente à fonte onde tem o produto e trazer. E, à medida que o produto chegar, temos certeza de que o preço cederá na medida em que o mercado for abastecido”, disse o ministro.
O pedido de revisão das taxas de importação do feijão será encaminhado esta semana à Câmara de Comércio Exterior (Camex).
Consumidores de baixa renda são os mais prejudicados com a alta
O aumento de preços do feijão dificulta principalmente a vida dos consumidores de baixa renda, que, acuados pela recessão e pelo desemprego, cortam a compra de itens supérfluos no supermercado.
De acordo com a prévia da inflação de junho medida pelo IBGE, outras variedades do grão também ficaram mais altas, como o mulatinho (49,42%), o preto (21,36%) e o fradinho (19,49%), por exemplo.
De acordo com a prévia da inflação de junho medida pelo IBGE, outras variedades do grão também ficaram mais altas, como o mulatinho (49,42%), o preto (21,36%) e o fradinho (19,49%), por exemplo.
E valor exorbitante do feijão acabou virando piada nas redes sociais e o tópico mais comentado no Twitter com a hastag #TemerBaixaOPreçoDoFeijão. Ao anunciar a liberação de importação do produto com origem do Mercosul, o presidente interino utilizou a hastag ao tuitar sobre a medida.
A reação na web reflete a sensação na hora das compras. Com o preço nas alturas, há quem diga que o transporte do feijão é feito por carro forte, outros brincam que estariam ricos se tivessem levado adiante os feijõezinhos plantados no algodão na época da escola. Já outros perguntam se em evento que pede alimento não perecível se levar feijão é considerado VIP.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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