A três dias da votação final do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara, o líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), reconheceu que o governo tem "quase" os votos necessários para barrar o afastamento de Dilma. Florence, que concedeu entrevista após um café da manhã de vinte minutos com outros aliados no Palácio do Alvorada, foi o primeiro porta-voz do governo a admitir publicamente que o governo ainda não tem o mínimo de 172 votos.
Nesta quarta-feira, auxiliares da presidente já reconheciam reservadamente poder contar seguramente com cerca de 12 votos a menos do que o necessário para derrubar o impedimento da presidente no plenário da Câmara.
Hoje, eles (os pró-impeachment) não têm 342 votos. O governo tem quase os 172. Mas ausências e abstenções caracterizarão na prática os "não 342" — afirmou Afonso Florence, líder do PT na Câmara. José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, comparou o clima atual, às vésperas da votação na Câmara, ao segundo turno das eleições de 2014, nas quais Dilma derrotou Aécio Neves por menos de dois pontos percentuais e ambos estavam tecnicamente empatados no dia do pleito.
— Para nós, é o segundo turno de 2014. É a mesma tensão, o mesmo enfrentamento. É aquele segundo turno ali: corrida de cavalo parelha — declarou Guimarães.
A presidente recebeu ministros e deputados em um rápido café da manhã no Palácio da Alvorada, que durou cerca de vinte minutos. Estavam os ministros Jaques Wagner (Gabinete Pessoal), Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), Mauro Lopes (Aviação Civil), Marcelo Castro (Saúde), Antônio Carlos Rodrigues (Transportes) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo).
Após a publicação da fala do líder do PT, o Palácio do Planalto entrou em contato para afirmar que tem o número suficiente de votos para barrar o impeachment na Câmara. A assessoria destacou a fala de Guimarães de que seriam “mais de 200” apoios.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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