O endividamento é uma armadilha silenciosa para o desempregado. Para o trabalhador que depende de salário para sustentar a família, a demissão é um fantasma acompanhado de outras duas assombrações: dívidas e prestações mensais. Entre as dicas para reequilibrar o orçamento, estão a renegociação de financiamentos de longo prazo, como os parcelamentos de carro e casa própria, além do banimento do cartão de crédito usado para despesas correntes. O desemprego só faz crescer. Em 2014, o país perdeu 555.508 empregos formais. No ano passado, foram fechados 1,542 milhão de postos (três vezes mais).
— A primeira providência é administrar muito bem as verbas rescisórias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a multa (paga em caso de demissão sem justa causa) e o seguro-desemprego. Além disso, é preciso fazer um corte drástico nos gastos, trocar as marcas dos produtos consumidos e rever a compra do carro ou do imóvel, se o desempregado perceber que não vai conseguir pagar a dívida. Se passar o bem adiante, ele pode quitar o que deve e até conseguir reaver parte do que pagou. As pessoas, no entanto, acabam se desesperando e aumentando o limite de cartão de crédito. Mas o buraco (criado no orçamento) não é só momentâneo — alertou Luiz Rabi, economista da Serasa Experian.A cartilha das boas práticas salvou Edilúcia Lessa Delunas, de 25 anos. Sem ocupação há seis meses, ela não perdeu tempo sofrendo com os juros do rotativo do cartão.
— Estou vivendo com alguma tranquilidade porque controlei os gastos e cortei o cartão. O seguro-desemprego também está ajudando, mas a última parcela sairá no dia 8. Já participei de várias seleções, e não perco a esperança — disse Edilúcia, que busca uma vaga no setor de telemarketing.Além do aumento da taxa de desocupação em todo o país, pessoas que antes estavam fora do mercado começaram a procurar uma oportunidade de trabalho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse fenômeno ocorre, em geral, quando a economia dá sinais de estagnação, e as famílias precisam aumentar a geração de renda, porque um membro perdeu o emprego, a renda caiu, e a inflação subiu, derrubando o poder aquisitivo. Diante deste cenário, aumenta também a procura pela emissão de carteiras de trabalho em postos do Sistema Nacional de Emprego (Sine).
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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