
Investigadores da Polícia Federal (PF) que atuam na Operação Lava Jato identificaram uma série de mensagens trocadas entre 2012 e 2014 pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, e o ex-presidente da construtora OAS Léo Pinheiro, um dos suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção que atuava na Petrobras.
Ao longo dos dois anos em que ocorreu a troca de mensagens, Edinho não era ministro do governo Dilma Rousseff. Na ocasião, ele era deputado estadual pelo PT de São Paulo e presidia o partido no estado. À época, Léo Pinheiro também não era investigado pela Lava Jato.
O ex-dirigente da OAS já foi condenado pela Justiça Federal, em primeira instância, a 16 anos e quatro meses de prisão acusado de cometer os crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Ele chegou a ser preso pela Lava Jato em novembro de 2014, mas, atualmente, está recorrendo da condenação em liberdade.
Já Edinho é alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal que investiga a doação de R$ 7,5 milhões da construtora UTC para a campanha presidencial do PT de 2014.
Em um dos depoimentos de seu acordo de delação premiada, o empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC, disse que fez repasses milionários para a campanha de reeleição de Dilma, da qual Edinho Silva era o tesoureiro.
O relatório da PF ao qual mostra o empreiteiro apresentando ao ministro, em 2014, um cronograma de doações para a campanha de reeleição da presidente, da qual Edinho era o tesoureiro.
A doação é mencionada em quatro mensagens enviadas por Léo Pinheiro, em 8 de agosto de 2014, ao atual ex-deputado do PT. Na primeira mensagem sobre o assunto, o então presidente da OAS lista ao tesoureiro da campanha petista uma proposta de cronograma das doações, que seriam repassadas em três parcelas de R$ 5 milhões: em 15 de agosto, em 1º de setembro e 15 de setembro.
Em outro texto, Pinheiro questiona se também pode fazer as doações por meio da coligação encabeçada pelo PT na campanha presidencial. Edinho, entretanto, não responde às mensagens do empreiteiro sobre as doações.
De acordo com a prestação de contas da campanha de Dilma ao TSE, a presidente e o PT receberam juntos R$ 21,4 milhões em doações da OAS. Os repasses, declaradas à Justiça Eleitoral, foram feitos em duas parcelas de R$ 5 milhões diretamente para o comitê da presidente e em outros 11 depósitos feitos pela construtora na conta administrada pelo diretório nacional do PT.
Na mesma eleição, a OAS declarou à Justiça Eleitoral ter doado R$ 8,65 milhões para a campanha presidencial de Aécio Neves e para o diretório nacional do PSDB.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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