A Polícia Civil investiga a participação de outra pessoa na morte de Maria das Dores Ferreira de Agnoli, de 62 anos, em Itanhaém, no litoral de São Paulo. A vítima foi decapitada e teve parte dos dedos cortados pelo marido, Jair Dei Agnoli, de 61 anos.
O suspeito era casado com a mulher há mais de 30 anos e, após uma discussão no dia 31, por volta das 23h, ele empurrou a vítima, que bateu a cabeça no chão e morreu por causa dos ferimentos no crânio.
Desesperado com a situação, o idoso decidiu decapitar a mulher e cortar as pontas dos dedos das mãos dela para dificultar a identificação do corpo pela polícia.
Ele mostrou alguns momentos de emoção, chegou a chorar, e se disse arrependido pelo que fez"
Evelyn Gagliardi, delegada
Investigação
A prisão preventiva de Jair já foi solicitada à Justiça. A polícia acredita que, devido às circunstâncias, ele não tinha condições de praticar todos os detalhes da ação sozinho e teria contado com a ajuda de uma outra pessoa.
De acordo com a delegada da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) do município, Evelyn Gonzalez Gagliardi, novos depoimentos serão colhidos.
"Durante o depoimento, ele afirmou que não tinha nada premeditado. Após cometer o crime, o suspeito pegou o carro sentido Peruíbe, parou e se desfez do corpo da vítima", explicou a delegada responsável pelas investigações.
"Ainda não é possivel traçar um perfil [do indiciado], pois ele está muito abalado. Durante o depoimento, o Jair se mostrou calmo e relatou tudo com riqueza nos detalhes. Ele mostrou alguns momentos de emoção, chegou a chorar e se disse arrependido pelo que fez", afirmou a delegada.
O aposentado foi encaminhado à cadeia anexa da cidade vizinha de Peruíbe e permanece à disposição da Justiça.
Após confessar o crime, o suspeito voltou à casa onde o casal morava, no bairro Jardim Corumbá, acompanhado de policiais civis.
O aposentado afirmou aos policiais que, após a vítima cair no chão e se ferir, ele foi constatar se ela estava morta e ainda deu golpes com um pedaço de madera na cabeça da esposa.
Após decapitar e cortar parte dos dedos da mulher, ele explica que foi para outro cômodo e enrolou o corpo em um pano e amarrou com um fio de nylon. A cabeça, o suspeito afirma ter colocado em uma sacola e jogado em um terreno baldio. Jair afirma ainda ter jogado os dedos de Maria das Dores na privada e dado descarga.
'Bom marido'
Um dia após o crime, o filho do casal, Fernando Ferreira de Agnoli, conversou com o pai, que afirmou que Maria das Dores havia fugido de casa. Fernando disse não ter desconfiado que o pai havia assassinado a mãe e afirma que só ficou sabendo do crime na segunda-feira, ao chegar na delegacia.
"Não tenho muito a dizer. Eles se amavam e completaram 37 anos de casado em dezembro. Ele era um bom marido, inclusive deu o carro [utilizado no crime pelo acusado] como um presente para ela. Meu pai fazia tudo por ela. Eles se amavam", afirmou.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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