
Titular do São Paulo de 1997 a 2015, Rogério Ceni foi comandado por 18 técnicos. Com personalidade forte, desenvoltura para comentar de esquemas táticos a alternativas de jogo e fama de participar de decisões, o goleiro-artilheiro teve, com a maioria dos "professores", uma relação harmoniosa.
O GloboEsporte.com conversou com os treinadores de Ceni e fez um desafio: “Defina Rogério em uma palavra, e explique o por quê”.
As respostas revelaram uma enxurrada de elogios: vencedor, diferenciado, honesto, excepcional... Até mesmo técnicos que nem se deram tão bem assim com o goleiro o enalteceram. Ney Franco, Cuca e Emerson Leão saíram do Morumbi com atritos – maiores ou menores – com o ídolo. Com Ney foi pior.
Em 2012, eles discutiram publicamente durante um jogo da Copa Sul-Americana, quando Ceni sugeriu a entrada de Cícero, e o treinador optou por Willian José. Ney criticou a intromissão e a relação se deteriorou. Após ser demitido, o comandante disse em entrevista ao jornal "O Globo" que seu capitão não o ajudou, tinha muito poder no clube e minou a evolução de Ganso.
Em resposta, Ceni afirmou que, se tivesse tanta influência, Ney estaria há mais tempo na rua. Depois, ambos amenizaram o tom.
Vários técnicos se tornaram amigos e fãs declarados. São os casos de Paulo Autuori e Muricy Ramalho, os maiores vencedores da era Ceni, e de outros menos exitosos, como Nelsinho Batista, Paulo César Carpegiani, Levir Culpi e Oswaldo de Oliveira.
Até Mário Sérgio, que o proibiu de bater faltas, e Adilson Batista, que passou apenas três meses sob fortes críticas, deixaram o clube presenteados pelo goleiro.
Quando lesionou o ombro, no início de 2011, Rogério Ceni amadureceu a ideia de ser técnico. Chegou a viajar para a Espanha e acompanhar treinos de Barcelona e Real Madrid ao lado de Pep Guardiola e Jose Mourinho. Caso escolha o caminho do banco de reservas, não lhe faltarão conselhos. Entre eles, Milton Cruz, amigo há tantos anos, interino por tantas vezes e técnico do São Paulo no fim desta temporada – embora o último jogo oficial do agora ex-goleiro, uma derrota para o Santos por 3 a 1 na Vila Belmiro, tenha sido disputada sob o comando de Doriva.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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