Animais mortos, restos de madeira, pedras e muita lama tomaram grande parte do Rio Doce, na altura da cidade de mesmo nome, a 91 quilômetros de distância de Mariana, na Região Central de Minas Gerais. “A gente não sabe o que fazer com tanto lixo. A situação é calamitosa”, disse o prefeito Silvério Joaquim da Luz.
O município foi afetado pelo rompimento das barragens de Fundão e Santarém, ambas da mineradora Samarco, nesta quinta-feira (5), no distrito de Bento Rodrigues, liberando 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro e água. Os danos ambientais são absurdos. Com um século não vai recuperar e voltar o que era antes”, contou Luz.
Dois vídeos divulgados pela prefeitura mostram um lago, que dá nome a cidade, antes e depois da tragédia. Ele fica no município vizinho de Santa Cruz do Escalvado e era muito visitado pelas pessoas da região. As pessoas costumavam pescar, nadar, praticar esportes aquáticos e passear de barco.
Hoje, não há água, apenas lama. Um dos barcos usados no passeio foi “expulso” do rio. Ele foi colocado às margens do local. Segundo o prefeito, também não há mais peixes no local. Peixes? Todos mortos. Não existem mais peixes no rio Doce. Milhares e milhares de toneladas de madeira e animais mortos. Não vai demorar pra que vire uma questão de saúde pública”.
Ainda de acordo com o prefeito, a Samarco se comprometeu a ajudar na limpeza.
“Apenas a defesa civil está aqui. A situação é desesperadora. Não há o que fazer. Não sabemos o que fazer com tanto lixo aqui”, desabafou.
Sistemas de abastecimento
A Agência Nacional de Águas (ANA) recomendou que os sistemas de abastecimento interrompam a captação das águas afetadas pela lama liberada pelo rompimento de barragens de rejeitos de mineração no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana. A natureza do resíduo em questão implica em grandes alterações temporárias das características da água bruta, por tempo indeterminável neste momento", afirmou a agência. A captação deve ser retomada somente "a partir da melhoria das características físico-químicas da água, considerando suas possibilidades de potabilização" e não há como prever quanto tempo deve durar a interrupção.
A Agência Nacional de Águas (ANA) recomendou que os sistemas de abastecimento interrompam a captação das águas afetadas pela lama liberada pelo rompimento de barragens de rejeitos de mineração no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana. A natureza do resíduo em questão implica em grandes alterações temporárias das características da água bruta, por tempo indeterminável neste momento", afirmou a agência. A captação deve ser retomada somente "a partir da melhoria das características físico-químicas da água, considerando suas possibilidades de potabilização" e não há como prever quanto tempo deve durar a interrupção.
Em entrevista ao G1, a coordenadora do núcleo de emergências do Ibama de Minas Gerais, Ubaldina da Costa Isaac, explicou que os rejeitos de minério de ferro, compostos por óxido de ferro e areia, não são tóxicos. O material, no entanto, altera a qualidade da água porque a deixa com muitos sólidos em suspensão.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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