Quando Moisés tocar o seu cajado no chão para abrir o Mar Vermelho vai parar também um mar de telespectadores, que se mobilizam em todo o país para a cena mais esperada da novela que já faz história na Tv brasileira, ‘Os Dez Mandamentos’, da Record. Como numa Copa do Mundo, milhares de famílias, grupos religiosos e fãs do folhetim se organizam para assistir de telões, em igrejas e salões de festa, ao fenômeno bíblico, que marca a derrocada do exército do faraó Ramsés contra Moisés e a libertação do povo hebreu. Capítulo marcante da novela uniu patrões e empregados numa mesma plateia. “Eram tantos funcionários comentando sobre o momento que decidi promover uma confraternização e assistirmos juntos”, contou Viviane Azeredo, de 30 anos, dona da casa de festas Espaço 4ever, em Barra de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio.
Enquanto os fiéis se preparam, a Catedral da Igreja Universal, em Del Castilho, do mesmo grupo da Record, manteve culto terça-feira, às 20h, apenas meia hora antes da novela. Já a Igreja Batista Missionária do Riachuelo no Grande Méier, vai reunir os fiéis para assistir a novela.
Adiamentos e polêmica entre pastores evangélicos
A cena em que Moisés ergue seu cajado em direção ao mar foi adiada três vezes. A gravação foi feita em maio, em uma Fazenda em Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio, mas estava engavetada como trunfo. A sequência foi realizada em 31 dias de filmagem e ainda enviada aos Estados Unidos para a finalização no estúdio Stargate, o mesmo de séries norte-americanas, como ‘CSI’ e ‘The Walking Dead’. Com o investimento, a meta da Record é atingir sua ‘Canaã’, batendo todos os recordes de audiência e ultrapassando as novelas da concorrente TV Globo no seu horário mais nobre, a partir das 20h30.
Mas nem tudo é um mar de tranquilidade. A novela não é unânime entre os evangélicos. O pastor Israel Gonçalves, líder da Assembleia de Deus Ministério do Madureira, em Paragominas (PA), propôs, nas redes sociais, que os fiéis boicotem a trama.
Os motivos, relatados em carta aberta e compartilhada pelo pastor Silas Malafaia, rival do grupo Universal, seriam por não se tratar de uma leitura real dos textos bíblicos.
Gonçalves ainda acusa Edir Macedo, bispo e dono da emissora, de usar a Bíblia para ganhar dinheiro. E finaliza com a dedução de que o folhetim em nada evangeliza ou contribui com a evolução espiritual de ninguém.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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