A reprovação das contas de 2014 do governo pelo Tribunal
de Contas da União (TCU), em das razão das "pedaladas"
fiscais, deu força ao pedido de impeachment da presidente
Dilma Rousseff, e os embates jurídicos se acirraram.
A professora da USP Janaína Paschoal, autora do pedido
de impeachment ao lado do jurista Hélio Bicudo, diz que o
governo fez empréstimos de bancos públicos em período
eleitoral e ainda deixou de zelar pelo bem público no caso
de corrupção na Petrobras.
O que motivou o pedido de impeachment?
Estamos vendo algo de errado, temos que tomar medidas e
não pedir para a presidente renunciar. Doutor Hélio e eu
concordamos em fazer o pedido juntos. Tivemos o cuidado
de submeter a peça a outros advogados, juristas, juízes,
psicólogos e até a um padre, para garantir o que estávamos
fazendo. Entregamos o pedido no dia 1 de setembro, no
aniversário do pedido contra o Collor.
A senhora vê semelhanças entre a situação de Dilma e de
Collor?
Agora está muito pior, as cifras são incomparáveis. Na
época do Collor, eu ajudei a organizar o “Fora Collor”.
Agora, o escândalo é de valores bilionários, não tem nada
de (Fiat) Elba.
Que elementos são esses?
Dilma fez empréstimo de bancos públicos e não os lançou
na contabilidade. Isso é proibido. Há também a Lava-Jato.
Não que achemos que a presidente recebeu dinheiro de
corrupção. Mas o cargo de presidente exige que ela zele
pelo bem público. São tantos eventos corruptos que não dá
mais para Dilma dizer que não sabia de nada.
A crise econômica do país também motivou seu pedido?
Nós não entraríamos com pedido por causa de crise
econômica. Já vivemos tantas. Seria irresponsabilidade.
Como responde a quem diz que impeachment é tentativa
de golpe?
Elas não leram nem a Constituição nem o pedido. Fernando
Henrique disse que o pedido era fraco, mas nem leu. Se o
grande intelectual do país criticou sem ver, muita gente
também está fazendo o mesmo.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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