Esta semana, a imprensa americana revelou que, nos
Estados Unidos, o preço do medicamento Daraprim, usado para tratar
toxoplasmose, passaria de US$ 13,50 para US$ 750 o
comprimido por decisão do presidente da farmacêutica
Turing. A medida, porém, não afeta o preço da droga no
Brasil, onde uma caixa de 100 comprimidos é vendida por, no máximo, R$8. No país, quem detém os direitos de uso da marca Daraprim há 10 anos é a empresa Farmoquímica, que não tem nenhuma relação com a Turing e não pretende elevar o preço do medicamento, segundo Fernando Martins, gerente de produtos da empresa.
"No Brasil, todo aumento de preço tem que ser aprovado pelo governo e não temos nenhuma intenção de aumentar o preço, apenas o que for estabelecido pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos)", diz Martins. Ele acrescenta que o preço da droga no Brasil é, em média, R$7, e ela pode ser vendida, no máximo, por R$8,02 nas farmácias. A CMED é o órgão responsável por monitorar os preços cobrados por drogas que já estão no mercado e auxiliar no estabelecimento dos preços para novos medicamentos no Brasil. Ainda determina os índices de ajuste anual de preços de acordo com critérios estabelecidos na lei federal 10.742, de 2003, como produtividade da indústria, variação dos custos de insumos e a concorrência no setor.
O Daraprim é usado para tratar toxoplasmose, doença infecciosa causada por um protozoário encontrado nas fezes de gatos e outros felinos felinos e que afeta especialmente pessoas que estão com seu sistema imunológico comprometido, como pacientes com Aids ou câncer. O anúncio do aumento foi feito esta semana, pouco tempo depois de a Turing ter adquirido, em agosto, os direitos para fabricar o medicamento, que está há 62 anos no mercado. Nesta terça-feira (22), porém, o presidente da empresa, Martin Shkreli, recuou e disse para a imprensa norte-americana que reduziria o preço do medicamento - sem, porém, informar quanto - segundo a BBC.
A Sociedade para Doenças Infecciosas dos EUA, a Associação de Medicamentos para HIV (HMA, na sigla em inglês) e outros órgãos da área de saúde dos Estados Unidos publicaram uma carta aberta para a Turning, demandando que a empresa reconsidere o aumento.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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