O relator dos inquéritos da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Teori Zavascki, determinou ontem que Eduardo Cunha e o senador Fernando Collor (PTB-AL), também denunciado no esquema de corrupção da Petrobras, sejam notificados para apresentar defesa em 15 dias.
Collor foi acusado por corrupção ativa e lavagem de
dinheiro. A prefeita de Rio Bonito e ex-deputada Solange Almeida, que
também foi alvo de denúncia do Ministério Público Federal, é outra que
será notificada para apresentar defesa no mesmo prazo.
“É de se ressaltar que no presente
caso qualquer dia e hora é admissível para a realização, por mandato, da
notificação dos acusados”, escreveu Zavascki. E fez uma ressalva: não
invadir a residência dos investigados para notificá-los.
Em nota oficial, Solange Almeida
afirmou ontem que está “indignada” com a denúncia. Ela foi denunciada
por corrupção passiva pela Procuradoria por ter ajudado Cunha a
pressionar o operador Julio Camargo a pagar propina referente ao aluguel
de navios-sonda pela Petrobras enquanto era deputada federal, em 2011.
Denunciado na Lava Jato, Cunha nega retaliação
Um dia após ter sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou ontem que não irá retaliar “quem quer que seja”. Garantiu ainda que renúncia e covardia não fazem parte de seu vocabulário.
“Renúncia não faz parte do meu vocabulário e nunca fará. Assim como a covardia Não há a menor possibilidade de eu não continuar à frente da Câmara dos Deputados. Ninguém vai me constranger seja por editoriais ou artigos”, afirmou Cunha, que participou ontem de evento na Força Sindical, em São Paulo, onde foi recebido aos gritos de “Cunha, guerreiro do povo brasileiro”.
Diante da plateia de sindicalistas, o deputado reiterou inocência e chamou a denúncia apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, de ilação. Na denúncia, Janot pede a devolução de R$ 277 milhões (US$ 80 milhões), o equivalente à propina e a danos causados à Petrobras e à administração pública. “Não há uma única prova contra mim nas páginas da denúncia”, afirmou. Para Cunha, é “muito estranho” que a denúncia contra ele tenha ocorrido no mesmo dia em que aconteceram atos em defesa do governo em todo o país.
“É muito estranho que num dia em que tem evento daqueles que recebem dinheiro público, pão com mortadela [...], querem achar que toda essa lama tenha que ir para o colo de alguém que não participou dela”, disse o peemedebista, ao afirmar que houve “truques de comunicação” para atingi-lo.
“Graças a Deus a gente não tem pena de morte no Brasil. Senão pediriam a minha morte”, afirmou Cunha, ao lado do deputado Paulo Pereira da Silva (SDD-SP), o Paulinho da Força.
Em seu discurso, Paulinho referiu-se a Cunha como “a pessoa mais correta que eu conheci na vida” e “herói”. Segundo ele, o Palácio do Planalto tenta empurrar a crise política para a Câmara: “A oposição vai devolver a crise para dentro do Planalto, onde sempre esteve”.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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