
O plano que permite que empresas com dificuldades financeiras temporárias reduzam a jornada de trabalho dos funcionários, anunciado nesta segunda-feira (6) pelo governo federal, é visto de forma divergente por sindicatos que representam trabalhadores de montadoras, setor que enfrenta forte crise e deverá ser autorizado a aderir à medida.
Dois sindicatos de regiões onde houve demissões neste ano, o do ABC, que negocia pelos trabalhadores de Mercedes-Benz, Ford e Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP), e o de Taubaté, que tem fábricas da Ford e da Volkswagen, disseram apoiar a medida.
Outros 6, incluindo o que representa trabalhadores da Fiat, líder em vendas no país, em Betim (MG), e o de São Caetano do Sul (SP), onde a General Motors também demitiu, criticam a proposta de reduzir salários para garantir empregos. Para eles, a medida dificilmente seria aprovada em assembleias com os trabalhadores.
Como funciona
Apoiado pela associação das montadoras, a Anfavea, o Programa de Proteção ao Emprego (PPE) propõe diminuir em até 30% as horas de trabalho, com redução proporcional do salário pago pelo empregador. Estima-se que, com isso, serão preservados 50 mil empregos com salário médio de R$ 2,2 mil.
A medida é tida como alternativa aos lay-offs, que são a suspensão temporária de contrato, por até 5 meses, quando o trabalhador faz cursos de qualificação, recebe seguro desemprego do governo e, em alguns casos, tem uma compensação financeira complementar das empresas, mas perde o vínculo empregatício pelo período.
O governo ainda vai anunciar quais setores poderão aderir ao plano. Além disso, as empresas interessadas deverão fechar acordo coletivo específico, ou seja, ter a aprovação dos trabalhadores. O período de validade para a utilização do programa não poderá ultrapassar 1 ano.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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