Oitocentos e quarenta e três juízes e desembargadores do Rio de Janeiro receberam vencimentos superiores ao teto constitucional no mês de março. Trinta e quatro ganharam mais de R$ 80 mil. O salário mais alto foi da diretora de um Fórum, que faturou R$ 129.253 mil. Dois meses antes, em janeiro, o contra-cheque de um juiz chegou a registrar R$ 241 mil.Ao todo, dos 871 magistrados do estado, apenas 28 não ultrapassaram, em março, o limite de R$ 33.763, valor determinado pela Constituição Federal para o pagamento da categoria e que corresponde a cerca de 90% dos rendimentos de cada ministro do Supremo Tribunal Federal.
Só em março, a folha de pagamento de
juízes e desembargadores totalizou R$ 39.620.635,75, o que corresponde a
50.279 salários mínimos. Outra comparação que ajuda a dimensionar o
peso dos supersalários para o Erário mostra que o gasto de março com os
juízes é superior ao valor total do custeio mensal da UFRJ. A maior
universidade federal do Brasil desembolsa R$ 36,5 milhões por mês para
manter toda sua infra-estrutura — seu orçamento anual é de R$ 438
milhões.
Os dados são de levantamento feito nas folhas de pagamento do Tribunal de Justiça. A pesquisa se concentrou
nos três primeiros meses de 2015 e mostra que os ganhos não são
eventuais. Em todos os meses pesquisados, 90% dos vencimentos
ultrapassaram o teto. A reportagem optou por não revelar os nomes dos
juízes, mas os valores dos rendimentos são públicos de acordo com a Lei
de Acesso a Informação.
Penduricalhos
Oficialmente o salário de um juiz gira em torno de R$ 27.500, mas há uma prática sistemática de agregar aos vencimentos uma série de benefícios que, somados turbinam os ganhos. Em março, a recordista dessa prática recebeu R$ 92.503 em ‘vantagens eventuais’. São benefícios como a venda de férias, bonificação por dar aulas, abono de permanência, licença, acúmulo de cargos e auxílio moradia.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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