
Do menino franzino e driblador que surgiu no Grêmio, em 1997, ao experiente volante de longas tranças, bicampeão brasileiro com o Cruzeiro, muita coisa aconteceu. Mas chegou a hora de parar. Paulo César Tinga decidiu abandonar os campos. O atleta de 37 anos, com vínculo até o fim do mês com o Cruzeiro, vive seus últimos dias como jogador de futebol.Tinga comunicou a decisão durante um evento em Porto Alegre, conforme informou o jornal “Zero Hora”. Ele confirmou a informação ao GloboEsporte.com. A carreira poderia ser mais longa. O atleta tinha proposta da Índia e, neste sábado, ainda recebeu uma sondagem da China. Mas decidiu parar.
- É sempre importante saber a hora de entrar e de sair. No futebol, é a mesma coisa. Chegou a hora de cuidar de minha família – disse o jogador.
Paulo César Tinga já vivia um processo de mudança no futebol. Faz um curso de gestão. Estuda para se tornar uma espécie de executivo – gostaria de fazer a ligação entre vestiários e diretorias, Informalmente, já vinha fazendo isso nos últimos anos de carreira, representando os colegas em conversas com dirigentes.
Agora, ele quer se aperfeiçoar. Nos próximos dias, irá à Europa acompanhar de perto a final da Copa da Alemanha e da Liga dos Campeões. Pretende tirar ensinamentos para uma eventual nova função no futebol.
A decisão de se aposentar encerra a trajetória de um dos jogadores mais vitoriosos do futebol brasileiros nos últimos anos. Tinga conquistou duas Libertadores da América pelo Inter, em 2006 e 2010. Na primeira, fez o gol do título contra o São Paulo. Pelo Grêmio, ganhou duas Copas do Brasil, em 1997 e 2001. Conquistou cinco Gauchões (1999 e 2001 pelo Grêmio, 2005, 2011 e 2012 pelo Inter). Foi um grande ídolo também no Borussia Dortmund, da Alemanha.
Criado no bairro Restinga (daí o apelido), em Porto Alegre, Tinga usou o futebol para driblar uma infância de dificuldades. A mãe trabalhava em uma escola para sustentar a família. Apesar de colorado fanático na infância, o jogador fez as categorias de base no Grêmio. É contemporâneo de Ronaldinho Gaúcho, seu amigo. Ao surgir com a camisa tricolor, era um jogador de frente, um atleta de velocidade, de dribles rápidos.
Do Grêmio, ele foi para o Japão, onde defendeu o Kawasaki Frontale por empréstimo. Retornou ao Brasil e foi cedido ao Botafogo. No clube carioca, passou a jogar mais recuado. E aí retornou ao Tricolor para viver, sob o comando de Tite, seus melhores tempos no Olímpico. Foi um dos destaques do título da Copa do Brasil de 2001.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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