A presidenta Dilma Rousseff disse, nesta terça-feira, que admite problemas no país mas que vem trabalhando para uma recuperação imediata da economia. "Eu não ignoro a desaceleração do setor e da economia vivenciada no momento atual. Eu tenho trabalhado de forma sistemática para superar ainda este ano essa desaceleração”, declarou ao discursar na abertura do 21º Salão Internacional da Construção (Feicon-Batimat), na Zona Norte de São Paulo.
Apesar de assumir que o país passa
por um momento de dificuldades, Dilma declarou que alguns setores da
sociedade vêm exagerando na proporção dos problemas. “Nem de longe, nós
estamos vivendo uma crise nas dimensões que alguns dizem que nós estamos
vivendo. Nós passamos por problemas estritamente conjunturais, porque
nossos fundamentos, hoje, são sólidos”, ressaltou.
Antes da cerimônia, a presidenta foi
recebida com vaias pelos funcionários responsáveis pela montagem dos
boxes de exposição. Dilma visitava o pavilhão que passava por ajustes
antes de ser aberto ao público. Ela estava acompanhada do ministro das
Cidades, Gilberto Kassab, e de representantes empresariais do setor da
indústria e comércio de materiais de construção. A feira reúne 2 mil
marcas nacionais e internacionais e espera receber 120 mil visitantes
até o próximo sábado.
O presidente da Associação Brasileira da
Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover, defendeu o
processo democrático no país, durante o evento de abertura, para uma
plateia de executivos. “O empresário, em sua grande maioria, mesmo com
esse momento difícil, tem mantido o equilíbrio, quer a governabilidade e
a permanência do processo democrático. Está fazendo a crítica precisa,
não aquela simplista e generalista”, declarou. Dilma, no entanto, fez questão de frisar o desejo de superar a crise até o final de 2015. "Nós vamos fazer todo o esforço ao nosso alcance para que, até o final deste ano, os sinais de recuperação já comecem a aparecer”, enfatizou.
Para superar a crise, a presidenta defendeu a necessidade de medidas de ajuste fiscal. “Nós temos que fazer correções e ajustes. Justamente para isso, nós estamos tomando medidas que ajustam as contas públicas. Porque nós absorvemos, no orçamento do governo federal, uma parte importante da crise”, disse, em referência às turbulências enfrentadas pela economia mundial desde 2009. “Isso é o que impede que, sem fazer alguns ajustes, mantenhamos o ritmo anterior de desoneração e subsídio”, acrescentou, para justificar o fim das medidas de incentivo.
A presidenta destacou, entretanto, que os ajustes têm como objetivo permitir que o Brasil volte a crescer. “Mas essas correções e ajustes têm propósitos muito claros. Eles reforçam ainda mais os fundamentos econômicos do país. E constroem novas condições para retomada tanto do crescimento quanto do emprego”, destacou.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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