quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Youssef diz que Dirceu e Palocci eram 'ligações' de delator no PT

   
Em acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF), o doleiro Alberto Youssef afirmou ter intermediado pagamento de propina das empresas Camargo Corrêa e Mitsui Toyo ao Partido dos Trabalhadores (PT) por meio do ex-ministro José Dirceu e do tesoureiro petista João Vaccari Neto. Em outro depoimento concedido no mesmo mês à Polícia Federal (PF), Youssef disse que Dirceu e o ex-chefe da Casa Civil Antônio Palocci eram "ligações" do executivo da Toyo Setal Júlio Camargo com o Partido dos Trabalhadores (PT).
Apontado como um dos intermediários das propinas pagas no esquema de corrupção que atuava na Petrobras, Júlio Camargo é um dos delatores da Operação Lava Jato. As declarações de Youssef foram dadas em uma série de depoimentos prestados à Polícia Federal (PF) em outubro do ano passado e anexados nesta quinta-feira (12) no processo da Lava Jato.
"Que o dinheiro entregue pelo declarante [Youssef] em São Paulo servia para pagamentos da Camargo Corrêa e da Mitsui Toyo ao Partido dos Trabalhadores, sendo que as pessoas indicadas para efetivar os recebimentos à época eram João Vaccari e José Dirceu"registrou a PF no depoimento prestado pelo doleiro em 10 de outubro de 2014.
A Camargo Corrêa é uma das 16 empreiteiras suspeitas de terem formado um cartel para executar obras da Petrobras, o chamado "clube" das empreiteiras. Já a empresa Mitsui Toyo, representada por Júlio Camargo, fechou uma parceria com a Petrobras, em 2006, para a construção de navios-sonda e plataformas petrolíferas.
Preso desde março em Curitiba, o doleiro relatou aos policiais federais, em 13 de outubro, que o executivo da Toyo Setal tinha "ligações" com o PT, "notadamente" com Dirceu e Palocci. Segundo Youssef, Camargo é "amigo" de José Dirceu.
Em nota divulgada no site de Dirceu (veja a íntegra ao final desta reportagem), a assessoria do ex-ministro afirmou que ele “repudia com veemência” as declarações de Youssef de que teria recebido recursos ilícitos de Júlio Camargo ou de “qualquer outra empresa investigada” na operação.
O ex-chefe da Casa Civil declarou ainda no comunicado que nunca representou o PT em negociações com o empresário ou com outra construtora e que, depois que deixou o primeiro escalão do governo Luiz Inácio Lula da Silva, sempre viajou em aviões de carreira ou táxi aéreo.
“As declarações são mentirosas. O próprio conteúdo da delação premiada confirma que Youssef não apresenta qualquer prova nem sabe explicar qual seria a suposta participação de Dirceu”, afirma a nota divulgada pela assessoria de Dirceu.
A Secretaria de Finanças do PT publicou nota na página do partido no Facebook (veja a íntegra no final desta reportagem) na qual informa que João Vaccari nega “veementemente” ter recebido qualquer quantia em dinheiro por parte de Alberto Youssef. No comunicado, a legenda ressalta que são “absolutamente mentirosas” as acusações feitas pelo doleiro.
“A afirmação de Youssef causa profunda estranheza, pois sua contadora, Meire Bonfim Poza, declarou à CPI Mista da Petrobras, no último dia 8 de outubro, que não conhece e que nunca fez transações financeiras com Vaccari Neto”, diz a nota do PT.
Na última quinta-feira (5), o presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse que todas as doações feitas ao seu partido são legais. O dirigente petista também garantiu que todas as contas da legenda foram aprovadas pela Justiça Eleitoral.
A construtora Camargo Corrêa declarou por meio de nota oficial que "repudia as acusações sem comprovação" e reitera que segue à disposição das autoridades. O comunicado destaca que a empresa tem prestado as informações solicitadas pelas autoridades para esclarecer os fatos e "demonstrar que estas acusações são improcedentes”.
O G1 procurou o advogado de Palocci, mas até a última atualização desta reportagem não havia obtido retorno. A direção da Mitsui Toyo não foi encontrada.
Uso de avião
No depoimento à PF, Youssef disse ainda que Dirceu usou “diversas vezes” um avião de Júlio Camargo. O doleiro, no entanto, não soube informar o motivo de o ex-ministro ter viajado na aeronave. Ele relatou aos policiais que a utilização da aeronave ocorreu após Dirceu ter deixado o comando da Casa Civil, em 2005.

“[Alberto Youssef disse] que acredita que José Dirceu tenha uma relação ‘muito boa’ com Júlio Camargo, pois aquele [Dirceu] utilizava a aeronave Citation Excel de propriedade deste [Camargo]. Que, conforme já dito em termo anterior, [Youssef] destaca ainda que Júlio Camargo possuía ligações com o Partido dos Trabalhadores – PT, notadamente com José Dirceu e Antônio Palocci”, informou a Polícia Federal em documento.
'Bob'
Alberto Youssef também contou à Polícia Federal que teve acesso a um arquivo com senha mantido em um pen drive por Franco Clemente Pinto, responsável, segundo ele, pela contabilidade dos supostos pagamentos de propina e caixa dois do executivo da Toyo Setal. De acordo com o doleiro, neste pen drive eram armazenadas todas as movimentações financeiras de Júlio Camargo.

Youssef disse que eram utilizadas siglas na "contabilidade ilícita" de Franco para se referir aos destinatários de pagamentos irregulares. O doleiro destacou que ele próprio era tratado como "Primo" na planilha. Já Dirceu, observou Youssef, era chamado de “Bob”.
"Que afirma que Franco utilizava um pen drive para armazenar todas as movimentações financeiras de Júlio Camargo; que eram utilizadas siglas em tal contabilidade ilícita, sendo que a do declarante era "Primo" e a de José Dirceu era "Bob"; que o declarante viu várias vezes o arquivo do pen drive, que era acessado por senha", relata outro trecho do depoimento de Alberto Youssef.
Propina para partidos
Em depoimento à Justiça Federal do Paraná, em outubro do ano passado, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que parte da propina cobrada de fornecedores da estatal era direcionada para atender a PT, PMDB e PP e foi usada na campanha eleitoral de 2010.

Na ocasião, o ex-dirigente da petroleira relatou ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da Lava Jato na primeira instância, que as diretorias comandadas pelos três partidos recolhiam propinas de 3% de todos os contratos. Costae explicou como funcionava a divisão da propina entre as legendas partidárias.
Segundo o ex-diretor, o PT recolhia para o seu caixa 100% da propina obtida em contratos das diretorias que a sigla administrava, como, por exemplo, as de Serviços, Gás e Energia e Exploração e Produção.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus

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Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon







Ordem: 1.º Imperador do Brasil



Início do Império: 7 de Setembro de 1822



Término do Império: 1831



Aclamação: 12 de outubro de 1822, Capela Imperial, Rio de



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Predecessor: nenhum



Sucessor: D. Pedro II



Ordem: 28.º Rei de Portugal



Início do Reinado: 10 de Março de 1826



Término do Reinado: 2 de Maio de 1826



Predecessor: D. João VI



Sucessor: D. Miguel I



Pai: D. João VI



Mãe: D. Carlota Joaquina



Data de Nascimento: 12 de Outubro de 1798



Local de Nascimento: Palácio de Queluz, Portugal



Data de Falecimento: 24 de Setembro de 1834



Local de Falecimento: Palácio de Queluz, Portugal



Consorte(s): D. Leopoldina de Áustria,



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Príncipe Herdeiro: Princesa D. Maria da Glória (filha),



Príncipe D. Pedro de Alcântara (filho)



Dinastia: Bragança