A diretoria da Petrobras admitiu nesta quarta-feira a possibilidade de não pagamento de dividendos de 2014 aos acionistas da companhia. Segundo o diretor-financeiro da empresa, Almir Barbassa, a companhia tem a prerrogativa de não fazer a distribuição em situações de “estresse financeiro”. “Há duas alternativas. Podemos declarar o lucro e pedir um prazo para pagar depois, ou não declarar o lucro e fazer uma reserva especial, para pagar quando a companhia tiver provisões adequadas”, afirmou Barbassa, em conferência com acionistas. O diretor ressaltou que a questão “não está colocada” neste momento. Antes de ser tomada, a medida precisaria ser submetida ao Conselho de Administração da estatal. Ontem, as ações da Petrobras fecharam em queda na Bovespa. As ordinárias caíram 1,85%, a R$ 8,47. As preferenciais tiveram desvalorização mais acentuada, de 3,10%, a R$ 8,10.
Em 2015, a companhia pretende investir de R$ 31 a R$ 33
bilhões, montante 25% menor do que estava previsto no plano de negócios
entre 2014 e 2018. A presidenta Maria das Graças Foster informou que
serão priorizados investimentos no setor de exploração e produção, em
detrimento de outras áreas, como a de abastecimento e energia e gás.
“Vamos evitar contratar mais dívidas.
Se a área de exploração já era prioritária, agora ela toma ainda mais
dimensão. Mas projetos de pouca rentabilidade vão para o final da fila”,
afirmou.
O corte afetará o andamento do
Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, e da
refinaria de Abreu Lima, em Pernambuco. A diretoria não detalhou o que
vai acontecer com os contratos do Comperj. Em Abreu e Lima, as obras da
segunda unidade de refino vão parar, sem uma previsão para retomada. As
duas refinarias são alvo dos supostos desvios de dinheiro apurados na
Operação Lava-Jato.
A previsão de produção para este ano é
de 2,125 milhões de barris de petróleo por dia, aumento de 4,5% em
relação a 2014. A diretoria considera a meta conservadora.“Esse objetivo
é bastante sólido. Trabalhamos com o maior grau de realismo. É
fundamental o cumprimento desta meta para garantir o fluxo financeiro”,
afirmou Graça Foster.
Durante a coletiva de apresentação do
balanço financeiro, a executiva disse que vai se reunir com o
governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, na semana que vem. Ontem, ele
ameaçou retirar incentivos fiscais da empresa, porque a companhia está
depositando em juizo parte de suas contribuições, referentes à produção
no campo de Lula. “Não podemos viver sem esses recursos”, disse Pezão. O
modo de recolhimento da participação especial neste campo é objeto de
disputa em uma arbitragem contra a Agência Nacional do Petróleo.
BALANÇO FINANCEIRO
R$ 88,6 BI
Ativos da Petrobras que estariam
superestimados, segundo metodologia de consultorias independentes. A
empresa avalia, no entanto, que o cálculo não é adequado para ser usado
no balanço financeiro da estatal.
R$ 31 BI
Previsão de investimentos da em 2015.
A empresa pretende reduzir sua carteira ao “mínimo necessário”, dando
prioridade a projetos na área de exploração e de produção. O novo plano
de negócios, de 2015 a 2019, deve sair até o meio do ano.
2,125 MI
A Petrobras prevê a produção de 2,125 milhões de barris de petróleo em 2015, um aumento de 4,5% em relação ao ano passado. Segundo a companhia, a curva de crescimento da produção terá que ser revista para baixo.
A Petrobras prevê a produção de 2,125 milhões de barris de petróleo em 2015, um aumento de 4,5% em relação ao ano passado. Segundo a companhia, a curva de crescimento da produção terá que ser revista para baixo.
Banco Central estima aumento de 8% na gasolina
O Banco Central (BC) estima uma alta
de preço da gasolina na ordem de 8% em 2015. O valor consta na ata da
última reunião do Copom, divulgada ontem. O reajuste é reflexo de uma
decisão do governo federal de aumentar o PIS/Cofins para os combustíveis
e voltar com a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).
Para a energia elétrica, a autoridade
monetária trabalha com um baque ainda maior, projetando aumento de
27,6% nas tarifas neste ano. Outros preços que devem subir são o do gás
de cozinha, na ordem de 3%, e de telefones, em 0,6%. Para o conjunto de
preços administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e
tarifas de ônibus, entre outros), o BC prevê reajuste de 9,3% neste ano. Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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