
Antes do início do depoimento do ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, na manhã desta quinta-feira (15), Beno Brandão, um dos advogados que o representa, afirmou que a defesa vai fazer o pedido de revogação da prisão ainda nesta quinta. Cerveró foi preso na madrugada de quarta-feira (14), no Rio de Janeiro, e levado para a superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba, onde tramitam os inquéritos e ações penais oriundos da operação.
"Estamos confiantes de que a decisão sobre a prisão é indevida. Não haveria necessidade dessa prisão pelos motivos apresentados", disse Beno Brandão. O pedido de revogação será feito no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre (RS), pelo advogado Edson Ribeiro, que também é responsável pela defesa do ex-diretor.
O depoimento começou por volta das 9h desta quinta-feira. Nestor Cerveró é réu em processo originado na Operação Lava Jato, da PF, por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro entre 2006 e 2012.
Na quarta-feira, Edson Ribeiro chegou a afirmar que seu cliente ficaria calado durante o depoimento pois ainda não tinha conhecimento das razões do Ministério Público Federal (MPF) para pedir a prisão de Cerveró. Porém, depois de ter acesso ao processo, sinalizou a mudança no comportamento da defesa.
"Eu conversei com o delegado e o que vai ser perguntado é justamente sobre a movimentação financeira e a movimentação imobiliária. Se as duas tivessem acontecido, seriam totalmente legais. Não havia qualquer restrição naquele momento, como não há até hoje", afirmou o advogado, após sair da superintendência da PF.
Prisão
Cerveró foi preso na madrugada de quarta-feira no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio Janeiro. Pela manhã, ele foi encaminhado para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Na cidade, fez exames de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML).O ex-diretor da Petrobras voltava de uma viagem a Londres quando foi detido pela PF. Ele foi preso preventivamente a pedido do Ministério Público Federal. Por meio de nota, o MPF informou que foi cumprido um mandado de prisão preventiva, já que "há indícios de que o ex-diretor continua a praticar crimes e se ocultará da Justiça".
O delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula afirmou que negociações financeiras feitas por Cerveró indicam que o suspeito tentava obter liquidez do patrimônio com rapidez. Em uma dessas transações, disse o delegado, Cerveró chegou a perder R$ 200 mil. Este patrimônio negociado, também conforme a PF, pode ter origem ilícita e ser resultado de crimes cometidos por Cerveró enquanto estava à frente da diretoria Internacional da Petrobras.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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