O número de óbitos em pacientes com Aids no Rio Grande do Norte passou de 43 casos em 2010 para 183 em 2013. Um aumento considerável, ocasionado pelo abandono do tratamento da doença. Os dados foram divulgados ontem (1º), Dia Mundial de Luta contra a Aids, pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap/RN). O relatório mostrou também que houve um grande aumento no número de pessoas infectadas pelo vírus de 2000 a 2013, durante o período foram computados 4185 casos. Segundo o médico infectologista Antônio Araújo, o número de casos pode ser maior, pois há um subnotificação, devido a muitos pacientes procurarem consultórios particulares que, em sua maioria, não notificam os casos.
O número de óbitos é crescente a cada ano. Muitas pessoas abandonam o tratamento, o que leva ao agravamento da contaminação e expõe o paciente às doenças oportunistas. “A taxa de mortalidade existe, pois as pessoas não estão tendo adesão ao uso do medicamento. Às vezes, por falta de informação ou por problemas sociais”, explicou Antônio Araújo.
Um dado que não foi divulgado pela Sesap, mas que segundo Antônio Araújo é preocupante, é o aumento dos números de casos em adolescentes. “Os casos são vistos em adolescentes de 14 a 15 anos que não sabem sobre os riscos da Aids”, ressaltou o infectologista. As pessoas também estão procurando, com maior frequência, fazer o teste de HIV, mas são os que tem alguma suspeita, ou passaram por alguma situação de risco. O uso exagerado de bebidas alcoólicas também é responsável por esse aumento. O infectologista explica que diversos fatores estão levando a esse crescimento. “Hoje, o uso mais frequente de bebidas alcoólicas, leva à prática de sexo sem uso de preservativo. Os idosos através do uso de medicamentos para disfunção erétil, estão tendo relacionamentos sem proteção”, destacou.
Com o avanço dos medicamentos, a expectativa de vida de uma pessoa portadora do vírus aumentou. É possível conviver com o vírus por muitos anos sem que a doença se manifeste, mas é preciso ter hábitos saudáveis. “A expectativa de vida é muito grande, mas depende da pessoa. A pessoa se cuidando vive muito bem, morrem de outra doença”, esclareceu.
A médica infectologista da unidade de atendimento especializado em pacientes com HIV do Hospital Giselda Trigueiro, Teresa Dantas, explica que o tratamento inicial da doença é muito importante para evitar a contaminação de novas pessoas. “O ideal é descobrir o paciente enquanto ele não possui sintoma. Uma vez que a pessoa se contamina, ao longo dos anos suas defesas vão caindo e lá na frente ele vai adoecer. É preciso cuidar desses pacientes para evitar que eles adoeçam e contaminem outras pessoas”, alerta. A principal via de contaminação do HIV continua sendo a sexual. Por isso o uso de preservativo em toda relação sexual é importante.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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