Foram seis anos de
mandato. Dois títulos estaduais. Uma vaga na Libertadores. Ele contratou
Seedorf. Revelou Dória, Gabriel e Vitinho. Tornou o Engenhão um estádio
lucrativo. Como é possível que, ao deixar a cadeira de presidente do Botafogo,
o dentista Maurício Assumpção saia tão rejeitado? Que ele sequer tenha
tido coragem de, na reta final de seu mandato, assistir aos jogos do time no
estádio? Que esteja sendo considerado o pior presidente da história por alguns torcedores?
A resposta está numa série de erros cometidos já em seu primeiro mandato – que se agravaram no segundo e explodiram em 2014. Mesmo pagando mais de R$ 100 milhões em dívidas de presidentes anteriores, Assumpção se perdeu. A tentativa de conquistar um título nacional e cumprir as promessas de campanha – contratar um jogador de "fechar aeroporto" e construir CTs para a base e para o profissional – fez com que o Botafogo gastasse muito mais do que arrecadava. Assumpção deixou de pagar encargos salariais e recolher impostos. Perdeu a confiança da Receita Federal e do Tribunal Regional do Trabalho. Por fim, terminou sua gestão de forma clandestina, sem confiança nem de seus departamentos jurídico e financeiro.
A contratação de Seedorf, em julho de 2012, foi um marco em todos os sentidos. A torcida adorou, a mídia elogiou, mas nos bastidores ela sinalizava uma aposta. Como um clube que não pagava encargos e driblava dívidas podia fazer a maior contratação do futebol brasileiro? Assumpção apostava no Proforte, que não veio. Vieram as penhoras e o estrangulamento do clube agravado pelo descontrole financeiro na gestão do futebol.
O GloboEsporte.com ouviu jogadores, dirigentes, empresários, treinadores e profissionais que passaram pelo clube nos últimos anos para entender a destruição alvinegra. E explicar como o clube que começou 2014 na Taça Libertadores chegou a dezembro rebaixado, com oito meses de salários atrasados e uma dívida que ultrapassa R$ 700 milhões.
1 – A primeira gestão
A resposta está numa série de erros cometidos já em seu primeiro mandato – que se agravaram no segundo e explodiram em 2014. Mesmo pagando mais de R$ 100 milhões em dívidas de presidentes anteriores, Assumpção se perdeu. A tentativa de conquistar um título nacional e cumprir as promessas de campanha – contratar um jogador de "fechar aeroporto" e construir CTs para a base e para o profissional – fez com que o Botafogo gastasse muito mais do que arrecadava. Assumpção deixou de pagar encargos salariais e recolher impostos. Perdeu a confiança da Receita Federal e do Tribunal Regional do Trabalho. Por fim, terminou sua gestão de forma clandestina, sem confiança nem de seus departamentos jurídico e financeiro.
A contratação de Seedorf, em julho de 2012, foi um marco em todos os sentidos. A torcida adorou, a mídia elogiou, mas nos bastidores ela sinalizava uma aposta. Como um clube que não pagava encargos e driblava dívidas podia fazer a maior contratação do futebol brasileiro? Assumpção apostava no Proforte, que não veio. Vieram as penhoras e o estrangulamento do clube agravado pelo descontrole financeiro na gestão do futebol.
O GloboEsporte.com ouviu jogadores, dirigentes, empresários, treinadores e profissionais que passaram pelo clube nos últimos anos para entender a destruição alvinegra. E explicar como o clube que começou 2014 na Taça Libertadores chegou a dezembro rebaixado, com oito meses de salários atrasados e uma dívida que ultrapassa R$ 700 milhões.
1 – A primeira gestão
O clube que
Maurício Assumpção recebeu em 2009 vivia sérios problemas. O elenco
profissional tinha poucos jogadores sob contrato. A base, apesar do esforço de
alguns profissionais, não tinha apoio algum. Ele assumiu como candidato único,
mas rapidamente brigou com seus dois principais pilares políticos: o Movimento
Carlito Rocha e o grupo que viria a se tornar o "Mais Botafogo".
Os
primeiros se sentiram traídos na eleição, quando Maurício trocou a
vice-presidência jurídica. O "Mais Botafogo" abandonou a gestão ainda no
início, numa renúncia coletiva de vice-presidentes. A gestão se baseou
num tripé de profissionais: Sérgio Landau (diretor executivo), Renato
Blaute (diretor financeiro) e Anderson Barros (gerente de futebol
profissional).
Os dois últimos responderiam aos
vice-presidentes Cláudio Good (financeiro) e André Silva (futebol). Good
saiu ainda em 2009, e o vice-geral Antonio Carlos Mantuano acumulou o
cargo até que, em 2010, Marcelo Murad assumisse. Em 2011, Blaute brigou
com Landau, e Murad deixou de ser vice financeiro para assumir como
diretor. Mantuano ficaria como vice geral até 2012, quando brigaria com
Maurício e passaria a ser oposição.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
Nenhum comentário:
Postar um comentário