Um alerta às mulheres que procuram um parceiro na internet. Por trás de promessas de amor e declarações apaixonadas, pode estar um golpista querendo dinheiro fácil.
Mulheres bem-sucedidas, profissionais respeitadas, inteligentes, e com mais uma coisa em comum: caíram no golpe do estrangeiro apaixonado.
“Eu vi uma foto de um homem que deixou uma mensagem em português. E eu achei interessante. Se identificou sendo de Londres. Ele me achou uma pessoa muito bonita. Ele também era bonito, atraente. Começamos a nos relacionar como se estivéssemos namorando mesmo”, conta uma das vítimas.
Essas duas psicólogas, vítimas do golpe, não querem se identificar. Têm vergonha de terem sido enganadas. Mas os golpistas são envolventes.
Nós vamos chamá-las, nesta reportagem, de Ana e Marina - dois nomes fictícios.
“Chegava aquela hora, eu já ligava o computador e ele já estava me esperando, dizendo: ‘Minha querida, meu anjo, que saudade de você, você é a mulher da minha vida, não vejo a hora de te conhecer pessoalmente’”, relata Ana.
“O perfil dessas pessoas que acabam se envolvendo pela internet já vem desse perfil de pessoas que desejam e que têm essa vontade de ter esses relacionamentos onde nada é imperfeito”, afirma a psicóloga Andrea Jotta.
“Ele colocava a filha dele também para falar comigo pelo telefone. Alguma criança que ele dizia que era filha”, lembra Ana.
Marina: Conversei duas vezes com a menina. Ela perguntou se ia ser minha filha.
Fantástico: Isso te tocou, né?
Marina: Isso me tocou. Possibilidade de ter uma filha, me tocou, sim. Ele soube envolver.
Por trás do tal inglês apaixonado, está uma quadrilha especializada em extorquir dinheiro de mulheres. Para se comunicar em português, eles usam a ferramenta de tradução da própria internet. Depois que percebem que a vítima está envolvida, inventam uma história qualquer para pedir um adiantamento e prometem vir ao Brasil e devolver o dinheiro.
“Ele me contou que ele tinha uma herança para receber do pai dele, mas a condição é que ele fosse casado. Ele me pediu em casamento e aí começou a processo”, explica Marina.
Ana: Aí, eu fiz...
Fantástico: Você fez a primeira remessa?
Ana: Fiz a primeira remessa de US$ 1 mil que ele havia me pedido. Eu mandei mais uma remessa de 4 mil e poucos dólares para ele e para filha dele. Aí, no dia seguinte, ele falou: ‘Olha, eu preciso de mais dinheiro’. Então, acabei mandando mais uma remessa de US$ 3,8 mil. Eu sei que, no total, foram US$ 11,4 mil.
Fantástico: Quanto você transferiu no total?
Marina: Em torno de R$ 102 mil.
“Algumas de certa forma acabam pagando ou entregando por medo ou receio de que aquele ser do outro lado, de repente, desapareça. Existe uma lacuna aí nesse emocional que não quer acreditar que aquilo vai deixar de existir”, comenta a psicóloga Andrea Jotta.
No interior de São Paulo, Luiza - que também usa nome fictício - foi procurada por um golpista, mas desconfiou.
“Eu percebi na rede social que ele buscava mulheres maduras e não jovenzinhas. Então, eu já liguei os fatos”, explica Luiza.
Ela pediu ajuda a um especialista em segurança na internet.
Os dois prepararam uma armadilha para o golpista: ele teria que dar o endereço de um e-mail para ser rastreado, mas o falso pretendente não caiu e perguntou se ela queria levá-lo à polícia.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
Nenhum comentário:
Postar um comentário