Às vésperas do Réveillon, com a cidade apinhada de turistas, quem quiser curtir a praia ou passar a noite da virada em Copacabana tem de preparar o bolso. Os preços, que já eram chamados de surreais, atingiram níveis estratosféricos, com ‘espertalhões’ se aproveitando da alta temporada. Dependendo do sotaque do cliente, uma cerveja em lata nas areias da Zona Sul custa até R$ 10. Já uma vaga em estacionamento para a noite de Ano Novo chega aos incríveis R$ 250.
Na Praia de Copacabana, os comerciantes não mostram
constrangimento em utilizar ‘tabelas especiais’, com alta de mais de 50%
nos valores. “O mar não está para assalariado!”, esbravejava a
funcionária pública Sônia Dias, na manhã de ontem, em frente ao
Copacabana Palace. No programa de luxo que se tornou um mergulho no mar,
o aluguel de cadeira, que durante o ano gira em torno de R$ 4, passou a
custar R$ 6, enquanto as famosas cangas estampadas com o mosaico das
pedras portuguesas do calçadão, usualmente vendidas a R$ 25, já chegam a
R$ 40. “É a hora de fazer o ‘pé de meia’ para o inverno”, ironizava um
vendedor ambulante.
Quem pensa em guardar o carro nas redondezas da
Praia de Copacabana deve pensar bem antes. Nas ruas, a prefeitura vai
cortar vagas e, nos estacionamentos privados, os preços se parecem com
os de diárias de hotéis. No GePark da Rua Xavier Silveira, reservas para
a noite de Ano Novo chegam a R$ 250. No estacionamento Estapar, ligado
ao Shopping Cassino Atlântico, o preço da vaga sai a R$ 200.
Os amigos e familiares da moradora de Copacabana Isabel
Marques já desistiram de lutar por um lugar e mudaram de planos. “Eu nem
convido mais. Ninguém quer se despencar de outro bairro para chegar
aqui cedo, não ter lugar para estacionar, e pagar uma grana preta. Fora
os gastos com bebidas e comidas ao longo da noite, né?”, disse.
Outros preços da noite da virada também
amedrontam os frequentadores da região. “Já esperamos os tradicionais
reajustes em bares e restaurantes. Isso é um assalto!”, reclama a
decoradora Viviane Visentia. Frequentadora de longa data da festa, ela e
a namorada, Letícia Cunha, bolam táticas para fugir, pelo menos, da
cobrança de estacionamento. Param em outros bairros e vão andando até o
local.“Há um cardápio de preços diferentes nesta época do ano. Sei que já tem restaurante italiano cobrando R$ 48 na mesma garrafa de vinho que saía por R$ 28 antes do verão. É bom o cliente já ir preparado”, avisa o administrador Diego Paiva.
No Baixo Copa, nas ruas Domingos Ferreira e Bolívar, bares que cobravam R$ 5 na caldereta de chope passaram para R$ 5,50. As refeições também aumentaram.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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