Após doze anos, Wilma de Faria (PSB) voltou ao Palácio Felipe Camarão na condição de prefeita. Desta vez, ela exerceu o cargo interinamente, em função da viagem do titular, Carlos Eduardo, aos Estados Unidos. Para Wilma de Faria, uma das principais diferenças em relação ao período anterior no qual ela esteve no mandato, envolve o projeto que está em licitação para obras de mobilidade urbana. A prefeita em exercício aproveitou a ocasião para conhecer detalhes da obra que está em concorrência e vai instalar corredores de ônibus, túneis e viadutos na cidade. Nesta entrevista, Wilma de Faria também comenta sobre o momento do PSB local, após as eleições deste ano. “Quem perde uma eleição, tem obrigação de fazer uma pausa, uma reflexão e tentar superar as adversidades. É necessário estudar os erros e acertos para saber onde e como podemos crescer, evoluir. Como o partido pode trabalhar melhor”, afirma. Presidenta estadual do PSB, ela recomenda que a imprensa faça cobrança não só dos que venceram para o Poder Executivo, mas também para o Legislativo, ou seja, para a Assembleia, Câmara dos Deputados e para o Senado, o que inclui, a atuação da senadora eleita Fátima Bezerra (PT), com quem Wilma de Faria concorreu diretamente neste ano.
Presidenta
do PSB afirma que a cobrança não deve ficar restrita aos eleitos para o
Executivo e que, no partido, o momento é de reflexão
Quais as diferenças que a senhora percebe em Natal depois de 12 que assumiu novamente o cargo de prefeita, agora interinamente?
Há uma diferença principalmente na questão das obras de mobilidade que foram iniciadas desde a que conseguimos trazer a Copa para Natal. Essa semana, conversei com Elequicina [secretária de Mobilidade Urbana] e ela me mostrou o projeto que será licitado. Serão construídos corredores exclusivos para ônibus, viadutos, túneis em áreas que têm problemas de mobilidade. São obras que devem ser concluídas em até dois anos.
A senhora foi governadora em dois mandatos consecutivos. O Estado está neste momento de transição de governo. Qual deve ser a área prioritária do governador eleito Robinson Faria?
Ele vai encontrar muitas dificuldades. O Estado não está em dia com o funcionalismo, o que é muito grave. O Governo do Estado praticamente cancelou todos os programas sociais. Entre eles, cito o programa do Leite, a Central do Trabalhador e as Centrais dos Cidadãos. São muitas dificuldades. Já foi dito que o orçamento de 2015 está com déficit de mais de R$ 1 bilhão somente para pagamento de pessoal. Sem falar nas dívidas em cada secretaria.
Alguma área mais problemática?
Segurança. Passou a ser um problema gravíssimo e é preciso focar muito nessa questão da segurança.
O PSB terá dois deputados na Assembleia Legislativa (Tomba e Márcia Maia). Qual a orientação a senhora, presidente do partido no Estado, daria a esses parlamentares? Que postura eles vão adotar?
Vamos conversar. Na verdade já começamos a conversar com os vereadores e deputados. Estamos na expectativa. Somos oposição, mas vamos fazer uma oposição vigilante e democrática para ajudar o Governo. Vai depender como as coisas vão caminhar. Faço votos que se faça uma boa administração que o Rio Grande do Norte, que está realmente no fundo do poço.
Essa é a postura que o partido adota nacionalmente?
Nacionalmente, o partido se coloca com uma atitude independente. Não será oposição. Os projetos que forem em benefício da população, nós vamos apoiar. Somos 34 deputados e 7 senadores. Vamos ter esse caráter: sermos independentes.
Como está a questão da dissolvição do diretório estadual do PSB e transformação em comissão provisória?
É uma definição burocrática. Não significa que haverá mudanças no Rio Grande do Norte. Fui eleita diretora de uma área importante na executiva nacional do partido. Não tínhamos feito eleição e fizemos agora. A comissão provisória é composta por sete membros e continuo presidente.
Não há mudança significativa então?
Isso já aconteceu em outros momentos, inclusive. É uma definição apenas para o partido se encaixar mais na meta de deputado federal para os próximos quatro anos.
E os planos para 2016?
Não tenho planos.
Mas foi ventilado em alguns veículos de imprensa a possibilidade da senhora ser candidata...
Eu não disse nenhuma vez que seria candidata. Nem discuti esse assunto.
Ainda está muito cedo?
Não disse nada. Na verdade, o momento é de reflexão. Quem perde uma eleição, tem obrigação de fazer uma pausa, uma reflexão e tentar superar as adversidades. É necessário estudar os erros e acertos para saber onde e como podemos crescer, evoluir. Como o partido pode trabalhar melhor.
O que foi decisivo para a senhora não vencer essas eleições?
Na verdade, uma das condições foi o fato de assumir oposição ao governo da presidenta Dilma. Mas houve outras que estão sendo analisadas. Acho que, agora, a imprensa tem que ir atrás daqueles que venceram as eleições para o Legislativo. Cobrar não apenas do Executivo, mas do Legislativo também.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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