Sentir dor não é normal e ela precisa ser tratada por um especialista. Este é o principal ensinamento do livro ‘Ufa! Chega de dor’, de Fabiola Minson, lançado na quinta-feira, em São Paulo. Coordenadora do Centro Integrado de Tratamento da Dor, a anestesiologista defende que as dores crônicas, aquelas que se estendem por mais de três meses, devem ser encaradas como doenças e receber a atenção devida por pacientes e médicos.
Atualmente, cerca de 60 milhões de brasileiros sofrem com
dores, principalmente nas costas e na cabeça. Para Fabiola, o número
elevado se deve ao costume que se tem em “conviver com a dor”. “Muitas
pessoas demoram a procurar tratamento imaginando que a dor é algo
natural do envelhecimento. Mas dor é doença e quanto mais tempo levar,
mais grave o problema se torna”, aponta a especialista.
Para ilustrar o tamanho dos riscos presentes em
dores normalmente negligenciadas, a médica cita o exemplo de incômodo
nas costas, principal causa de afastamento do trabalho no país. “Com
dor, se perde produtividade e qualidade de vida. Há quem conviva anos
com o problema e fica incapaz com a degeneração da coluna”, diz Fabiola.
Embora se busque universalizar o conhecimento sobre a gravidade das dores crônicas, a especialista, por outro lado, diz ser preciso encarar cada paciente de maneira particular na hora do tratamento. “A dor é algo individual. É necessário definir precisamente a dor antes de iniciar os cuidados, que podem ser preventivos, com medicamentos ou através da prática regular de exercícios”, diz.
Além de pedir para que as pessoas busquem ajuda profissional de maneira precoce, a médica faz um último alerta. “Fazer automedicação para tratar a dor é péssimo. Ela apenas mascara o problema e, a longo prazo, provoca danos a órgãos como fígado e rins”, conclui.
Dez relatos de superação do problema
O livro apresenta dez relatos de pacientes que conseguiram deixar de sofrer com dores crônicas. Segundo a especialista, a opção pelas histórias de superação foi feita para mostrar a outras pessoas que sentir dor não é condição particular e pode ser vencida.
“Ao ler, espero que as pessoas percebam que não estão sozinhas na luta contra as dores. Tomar conhecimento sobre a doença ajuda o paciente a ter atuação mais positiva durante o tratamento e a se tornar parceiro do médico”, afirma.
Com a obra, Fabiola também pretende acabar com o mito de que o tratamento é apenas com remédios. “Tem gente que chega no consultório querendo uma pílula mágica”, diz ela, que dá dicas de atividades físicas no livro.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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