O prédio onde fica a sede da Editora Abril, em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, foi alvo de um ataque na noite desta sexta-feira (24), depois que a revista "Veja" publicou uma reportagem sobre o escândalo da propina na Petrobras. A revista afirma que o doleiro Alberto Youssef disse, em depoimento à Polícia Federal, que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinham conhecimento de um suposto esquema de corrupção na Petrobras que abasteceria campanhas do PT. Segundo a revista, o doleiro não apresentou provas.
O tumulto na sede da editora Abril terminou com três pessoas detidas. De acordo com o boletim de ocorrência registrado no 14º DP, de Pinheiros, por volta das 20h de sexta-feira cerca de 200 pessoas se reuniram em frente ao prédio da editora, com o apoio de um carro de som da União da Juventude Socialista. Eles jogaram muito lixo em frente ao prédio e picharam frases como “Veja mente” e “Fora Veja”. Exemplares da revista foram rasgados. Segundo a Polícia Civil, os detidos foram qualificados por pichação e liberados em seguida. Os suspeitos negaram envolvimento em atos de vandalismo e disseram que apenas participaram do protesto.
Procurada, a editora Abril não havia se pronunciado sobre o protesto até a última atualização desta reportagem.
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A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert)
afirmou em nota que “repudia veementemente os ataques”. “A Abert
acompanha com preocupação episódios como o de ontem à noite, pois a
entidade considera grave qualquer ato de intimidação à liberdade de
imprensa. A Abert lembra que a Declaração de Chapultepec, da qual o
Brasil é signatário, aponta uma imprensa livre ‘como uma condição
fundamental para que as sociedades resolvam os seus conflitos, promovam o
bem-estar e protejam sua liberdade’”, diz a nota da associação.A Ordem dos Advogados do Brasil também comentou o ataque ao prédio da editora Abril. Em entrevista à TV Globo, o presidente da OAB, Marcos Vinícus Coelho, disse que é preciso investigar quem são os responsáveis pela pichação. "Vamos avaliar os fatos, vamos com calma e principalmente após as eleições verificar o que aconteceu efetivamente, porque nesse momento entendemos que o principal é termos a maturidade institucional para preservarmos a democracia brasileira", afirmou.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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