Familiares de Hugo Carvana, morto neste sábado (4) no Rio, lembraram da luta do ator e cineasta desde o primeiro câncer no pulmão direito, em 1996. Na porta do hospital onde se tratava, filhos agradeceram o apoio dos amigos e contaram que a homenagem realizada pelo Festival do Rio, que exibiu no último sábado (27) uma sessão especial de "Vai trabalhar, vagabundo", com cópia restaurada, havia deixado o pai muito feliz. Carvana não conseguiu ir devido ao problema de saúde, mas foi representado pelos parentes.
Outra filha, Maria Clara disse que Carvana estava otimista com o tratamento. "Ele estava lúcido, super feliz que o festival estava fazendo essa homenagem a ele. Ele estava muito esperançoso de que ia sobreviver. Ele lutou muito. Os últimos dias foram difíceis mas ele foi forte e lutou muito pela vida", comentou.
Segundo ela, o primeiro câncer foi há 18 anos, no mesmo pulmão direito. "Ele fazia exames regularmente. Ele já tinha parado de fumar cigarro. Agora nesses últimos seis meses ele fumava charuto e a gente brigava", disse Maria Clara. "Ele era a alegria. Meu pai levava a vida com muito humor. Era alegre, boêmio, gostava de viver e prezava na vida os amigos, a família", acrescentou.
Além de Júlio e Maria Clara, Hugo Carvana era pai de Cacala e Pedro e deixa viúva a jornalista Martha Alencar.
O cineasta e ator Hugo Carvana morreu aos 77 anos, de complicações causadas pelo câncer no pulmão. O velório será neste domingo (5) a partir das 9h, no Parque Lage, no Jardim Botânico. O corpo será cremado na segunda-feira (6), em cerimônia fechada para a família no Memorial do Carmo, no Caju, Zona Portuária.
Quase 60 anos de carreira
Ao longo da carreira, iniciada em 1955, Hugo Carvana ficou marcado por retratar o típico "malandro carioca" em suas comédias de costumes. Foi ator de mais de 50 filmes. Dentre as produções que dirigiu, estão "Vai trabalhar, vagabundo" (1973), "Se segura, malandro" (1977), "Bar Esperança, o último que fecha" (1982), "O homem nu" (1996), "Casa da mãe Joana" (2007) e "Não se preocupe, nada vai dar certo" (2009).
"Ele não era somente um ator extraordinário, mas diretor, um intelectual que pensava o Brasil. É uma coincidência triste: Carvana era como José Wilker, um autor, pensava as coisas do Brasil, do cinema, tinha interesse grande pelo estado do mundo”, disse o cineasta e grande amigo Cacá Diegues, lembrando a morte do também ator e diretor José Wilker, em 5 de abril passado (veja a repercussão da morte de Hugo Carvana).
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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