Na nona rodada de negociação da Campanha 2014, realizada nesta sexta-feira à noite em São Paulo, no quarto dia da greve nacional da categoria, a Federação Nacional de Bancos (Fenaban) apresentou nova proposta ao Comando Nacional dos Bancários, que eleva o índice de reajuste de 7,35% para 8,5% (aumento real de 2,02%) nos salários e demais verbas salariais, de 8% para 9% (2,49% acima da inflação) nos pisos e 12,2% no vale-refeição.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que coordena o movimento, ficou de analisar as propostas durante o fim de semana e vai convocar assembleias na segunda-feira junto aos 134 sindicatos em todo o país para decidir se aceitam as novas ofertas e suspendem a paralisação.
As demais contrapropostas apresentadas pelos bancos preveem piso portaria após 90 dias – R$ 1.252,38 (9% ou 2,49% de aumento real), piso escritório após 90 dias – R$ 1.796,45 (2,49% acima da inflação), piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.426,76 (salário mais gratificação mais outras verbas de caixa), significando reajuste de 8,37% e 2,37% de aumento real).
As propostas também contemplam PLR - 90% do salário mais R$ 1.837,99, limitado a R$ 9.859,93. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 21.691,82. PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.675,98. Antecipação da PLR, com a primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva e a segunda até 2 de março de 2015. Regra básica – 54% do salário mais fixo de R$ 1.102,79, limitado a R$ 5.915,95 e ao teto de 12,8% do lucro líquido, o que ocorrer primeiro. Parcela adicional – 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2014, limitado a R$ 1.837,99.
A proposta da Fenaban também estabelece auxílio-refeição de R$ 26,00 (R$ 572,00 ao mês), reajuste de 12,2%, auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta (R$ 431,16), auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses), de R$ 358,82, auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses), de R$ 306,96, gratificação de compensador de cheques (R$ 139,44), requalificação profissional (R$ 1.227,00), auxílio-funeral (R$ 823,30), indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto (R$ 122.770,20) e ajuda de deslocamento noturno (R$ 85,94).
Em relação aos dias parados, a Fenaban propõe compensação de uma hora por dia no período de 15 de outubro a 31 de outubro, para quem trabalha seis horas, e uma hora no período entre 15 de outubro e 7 de novembro, para quem trabalha oito horas.
PARALISAÇÃO FECHA 10.355 AGÊNCIAS SEGUNDO SINDICATO
A greve nacional dos bancários avançou nesta sexta-feira, e atingiu 10.355 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados em todo o país, segundo o comando nacional de greve. No total, segundo o comando, 976 locais de trabalho foram paralisados, um aumento de 10,4% na comparação com o dia anterior. No primeiro dia de greve, na terça-feira (30), haviam sido fechadas 6.572 unidades, o que representa uma evolução de 57,6%.
Os bancários aprovaram a greve por tempo indeterminado nas assembleias realizadas em todo o país no dia 25 de setembro e ratificaram a decisão no dia 29, quando rejeitaram a segunda proposta dos bancos, que elevou para 7,35% o reajuste dos salários e outras verbas salariais e para 8% o reajuste do piso salarial. A categoria cobra 12,5% de reajuste nos salários, piso de R$ 2.975 e outras reivindicações sociais.
Para a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), foi o crescimento da greve que forçou a Fenaban a agendar uma nova rodada de negociações nesta sexta-feira com as liderança dos grevistas. Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal também foram marcaram novas rodadas de negociações sobre as reivindicações específicas dos funcionários das instituições públicas.
O presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional, Carlos Cordeiro, disse que "os bancos são um dos setores mais rentáveis da economia brasileira, graças principalmente ao aumento da produtividade dos bancários". Segundo ele, as seis maiores instituições, que empregam mais de 85% da categoria, tiveram lucro líquido de R$ 58,7 bilhões em 2013 e mais R$ 28,5 bilhões no primeiro semestre deste ano.
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Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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