A classificação do Rio Grande do Norte no Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico (IDEB), divulgada pelo Ministério da Educação, permanece sofrível. O Estado é apenas o penúltimo colocado em nível nacional, ficando à frente apenas dos estados do Pará e Mato Grosso, que seguram a lanterna.
O resultado provocou duas reações diferentes. Uma, da secretária de Educação do Estado, professora Betânia Ramalho, que mostrou-se decepcionada, pois acredita em melhor desempenho, dado o avanço em investimentos que a sua gestão promoveu nos últimos três anos.
Não custa lembrar que tivemos ganhos inquestionáveis como o aumento de salário dos professores em mais de 91%, a recuperação de demandas que estavam reprimidas desde 2006 e a realização de concurso público que permitiu a contratação de mais de três mil educadores.
Mesmo assim, o RN não foi bem nas provas do Ideb, o que provocou a decepção da secretária. A outra reação veio da Assembleia Legislativa, com os deputados de oposição se apressando a criticar o que eles consideram falta de investimentos em educação.
Evidentemente, a crítica veio acompanhada de promessa, afinal, estamos em plena campanha eleitoral.
O que causa repulsa é que esses deputados, sem exceção, fizeram parte da base de sustentação do governo passado, que teve 10 secretários de Educação em oito anos e puxou o RN para a lanterninha do ensino público brasileiro, sem que eles tenham feito alguma crítica.
Agora, é preciso que o cidadão contribuinte, o verdadeiro financiador da Educação, saiba de alguns detalhes que ajudam a explicar o porquê da Educação não caminhar como devia. Inclusive, na própria Assembleia Legislativa. 125 professores, que deveriam estar em sala aula, passeiam nos corredores da Casa à disposição dos nobres deputados, fazendo absolutamente nada. São apenas”apadrinhados” ou “cabos-eleitorais”.
Logo eles, os deputados, que se dizem zelosos com a Educação?
Que tal devolver esses professores para ajudar a combater o déficit em sala de aula?
Há tempo que a Secretaria de Educação pede o retorno dos professores cedidos por governos passados, mas, como resposta, os deputados atacam a atual gestão. A bem da verdade, não é só a Assembleia Legislativa que desfalca as salas de aulas.
O Estado tem 724 professores cedidos ou à disposição de outras pastas. Como se pode observar, o problema do ensino público não se limita a esse ou aquele motivo, mas, sim, a um conjunto de coisas e fatores que insistem em puxar a educação para baixo.
Infelizmente.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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