
O nome de Leonardo, ex-lateral da seleção brasileira e com experiência internacional em gestão no PSG ( França) e Milan (Itália), foi fortemente especulado para assumir o cargo de coordenador geral de seleções CBF (cargo que pertenece hoje a Gilmar Rinaldi). No entanto, durante entrevista ao programa Futebol de Verdade, da Rádio Globo, nesta segunda (25), Leonardo descartou qualquer possibilidade de assumir algum cargo no país, tanto na CBF, quanto em algum clube. Para ele, o modelo de gestão é amador e os clubes atrapalham a CBF na tentativa de melhorar o nível do futebol brasileiro, apesar de ressaltar a falta de esforço da instituição.
“Eu não quero estar em função alguma no futebol brasileiro. O sistema é um cemitério, você vai sendo minado o tempo inteiro. O sistema de gestão dos clubes é horrível. Eu não quero ser diretor de seleção, coordenador, cargo nenhum. Os clubes também atrapalham a CBF. Você tem a missão de fazer um campeonato forte, mas a gestão dos clubes não ajudam, são amadoras, políticas e atrasadas. Claro que a CBF tem sua responsabilidade, pois fica calada, não da o primeiro passo. Mas se você chamar os clubes para um projeto a longo prazo, eles não vão ajudar. Só pensam em 4 anos, nos interesses pessoais. Sou a favor da criação de uma liga porque nós não somos conhecidos lá fora, digo em relação ao nosso campeonato. A rodada do Brasileiro não sai nem na Argentina”, afirmou Leonardo.
Em relação aos problemas que atrapalham o crescimento do futebol brasileiro, Leonardo vê o calendário como uma pedra no sapato, mas acha que existem outras coisas mais importantes. Para ele, a questão é cultural.
“Existe um problema de calendário, mas acho que é uma coisa cultural também. Nos acostumamos com ideia de que nascemos sabendo tudo, que somos o país do futebol, os melhores, que tudo vem naturalmente. Não desenvolvemos um sistema de jogo de acordo com o adversário, dificilmente pensamos no adversário, parece que o importante é só se preocupar com o nosso jeito de jogar. Acho que é preciso mais de empenho no treinamento. Acho que estamos distante disso, do atleta acreditar que o treinamento é importante. Infelizmente, ficamos para trás em muitas coisas em relação a Europa”, destacou.
Leonardo defende a parceria entre clubes e treinador, coisa que para ele não existe no Brasil. Dessa forma, seria construído um projeto de gestão esportiva, para que não necessariamente em um momento ruim de uma equipe o treinador tenha que ser demitido, mas sim, o projeto remodelado.
“Acho que no Brasil, infelizmente, até pela dificuldade financeira, os clubes acabam tendo que contratar jogadores que devem dar resultados e decidir, mas também os que vem por alguma oportunidade, mas o clube não acredita nele. A parceira entre clube e treinador não existe no Brasil, não existe um projeto esportivo. Por exemplo, o dirigente chegar e sentar com o treinador, avaliar o elenco, comissão e estabelecer o projeto. Então com certeza nunca vai dar certo. Se fosse construído um projeto, não seria necessário mudar o treinador, mas sim o modelo de gestão, esquema de atuação, etc, “ concluiu.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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