Pessoas já implantam dispositivos ou chips no organismo. São casos ainda isolados, mas surpreendentes e reforçam o quanto a sociedade está cada vez mais dependente da tecnologia, que invadiu nosso cotidiano e pode vir a se tornar parte do corpo humano. Ciborgues serão comuns no futuro? Veja, abaixo, histórias que mostram como avanços tecnológicos podem transformar a vida das pessoas.
Mas, afinal, o que é um ciborgue?
O termo normalmente se refere a pessoas com partes artificiais, biônicas ou mecânicas. A palavra foi popularizada em 1960 pelos cientistas Manfred Clynes e Nathan S. Kline. Ciborgue seria uma mistura de homem com robô, resultando em um homem-máquina, dotado de um organismo cibernético. O conceito influenciou a literatura, os quadrinhos – com um herói chamado Cyborg na DC Comics –, as demais artes e até o ativismo.
Cores artificiais para os olhos
O inglês Neil Harbisson é o primeiro homem na história a ser, oficialmente, considerado ciborgue por um governo. O motivo? Ele instalou uma antena em seu crânio, para recuperar parte de sua visão. O Reino Unido o reconheceu como um indivíduo dotado de próteses artificiais em seu corpo para sua sobrevivência e bem-estar.
Harbisson enxerga, mas apenas os objetos e as pessoas em preto e branco. A antena permite que ele perceba as cores por meio de ondas de som, atribuindo cada coloração a um tipo diferente de sonoridade. Em 2010, ele fundou a Cyborg Fundation, que estimula homens a utilizarem próteses e máquinas para suprirem suas deficiências. O ativista esteve no Brasil durante o evento de tecnologia Campus Party 2012.
A Cyborg Foundation está desenvolvendo um dedo artificial com um câmera para filmagens. Não há muitos detalhes públicos do projeto, mas ele é uma alternativa para quem não quer substituir uma mão inteira com uma prótese tecnológica.
Casal ciborgue
O professor Kevin Warwick, da Universidade de Reading, na Inglaterra, realiza pesquisas sobre projetos ciborgues. Ele e sua esposa implementaram, no corpo, uma tecnologia que liga seu sistema nervoso diretamente a um computador. Dessa forma, os dispositivos podem trabalhar juntos, e cada um pode controlar o outro.
O nome de Warwick é citado na edição 2013 do Guiness World Records Book. Ele é o primeiro a inventar uma comunicação eletrônica entre dois sistemas nervosos. O professor chegou a escrever um livro sobre o tema: "I, Cyborg".
Mão biônica
A empresa RSLSteeper é americana e está localizada no estado do Texas. A companhia tem 90 anos de experiências com próteses e desenvolveu a BeBionic, uma mão biônica. Constituída por fibra de carbono, a mão mioelétrica fica presa ao cotovelo a partir de um antebraço artificial. Ela responde às contrações musculares como uma mão real.
A mão biônica pode ser configurada em um software de computador. A RSLSeeper criou a prótese no Reino Unido, em 2010, e foi apresentada na cidade de Leipzig, na Alemanha. O preço é estimado entre US$ 25 mil e US$ 30 mil, cerca de R$ 68 mil.
Um aparelho para monitorar sinais vitais
Tim Cannon é o que chamamos de "biohacker", um homem que rompe com os limites entre homens e máquinas. Ele criou um dispositivo eletrônico chamado Cicardia 1.0, capaz de recolher dados de sinais vitais, como a batida de coração, em uma camada abaixo da pele.
Amal Graafstra implantou, em suas mãos, entre os dedos polegar e indicador, chips que funcionam com identificação por radiofrequência (RFID). Ele chegou a fundar a empresa Dangerous Things para comercializar os implantes.
Os chips oferecem diversas utilidades. Graafstra os programou para desbloquear o computador, o carro e até a casa, simplesmente com a proximidade das mãos. Pode ser uma solução radical e excêntrica para aqueles que se esquecem de senhas e costumam perder chaves.
Coração 100% artificial
A empresa francesa Carmat passou 25 anos produzindo um coração artificial. O aparelho pesa 900 gramas e custa US$ 200 mil, o equivalente a R$ 425 mil. Os criadores estão trabalhando em uma versão mais compacta.
Apesar desse fracasso inicial, mais três pacientes estão sendo testados, especialmente em casos em que não há alternativa com o órgão biológico. O coração robótico se regula automaticamente, como o coração humano.
Chip contraceptivo
Ou seja, o microchip seria capaz de substituir as pílulas anticoncepcionais. Ele pode funcionar continuamente por 16 anos e ser desativado remotamente por um controle sem fio, ou seja, a mulher pode interromper o uso quando quiser ter filhos.
Lente inteligente
O Google revelou em janeiro um protótipo de lentes de contato tecnológicas. O projeto tem o objetivo de medir o nível de glicose nas lágrimas. As lentes estariam conectadas a smartphone ou computador. As informações obtidas poderiam ser repassadas para o médico do paciente.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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