O governo decidiu manter a meta de inflação de 4,5% ao ano - com margem de dois pontos percentuais para mais e para menos - para 2015 e 2016. A meta tem sido a mesma desde 2006. Quando assumiu seu cargo, em janeiro de 2011, o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou que o País deveria "ter a ambição de perseguir no futuro" uma meta menor, semelhante à observada nas principais economias emergentes.
Dessa forma, o governo adia novamente essa ambição do Banco Central de reduzir a meta de inflação. A decisão foi tomada por unanimidade ontem pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), formado por Banco Central e ministérios da Fazenda e Planejamento.
"Mantivemos a meta tendo em vista o quadro de inflação mais benigno esse ano, inflação de alimentos se acomodando, caindo em relação ao mesmo período do ano passado. Por conta dessa situação, das condições macroeconômicas diversas, o CMN decidiu por unanimidade manter o centro da meta em 4,5%, bem como manter a banda de tolerância de dois pontos percentuais para cima e para baixo", afirmou o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland.
A expectativa do mercado é que a inflação medida pelo IPCA encoste no teto da meta de 6,5% neste ano. Para 2015, a aposta é que a inflação fique em 6%.
Para Tombini, as condições para a redução da meta surgiriam a partir da consolidação de uma política econômica calçada no "tripé" meta de inflação, câmbio flutuante e política fiscal consistente.
Abandonado
O "tripé" criado no segundo governo Fernando Henrique Cardoso (1999-2002) e mantido na administração Lula (2003-2010) foi abandonado, no entanto, a partir de 2012. Em seu lugar, o governo Dilma Rousseff passou a usar a "nova matriz macroeconômica".
Trata-se da combinação entre juro baixo, câmbio mais desvalorizado e aumento do gasto público. Quando o regime de metas foi implantado em 1999, para substituir o regime de câmbio fixo, o objetivo perseguido pelo BC era de 8%.
Descumprimento
A meta foi descumprida apenas três vezes, entre 2001 e 2003. Nesta última vez, o governo chegou a perseguir um objetivo de 3,25%, revisto ao longo do ano para 4% com limite de 6,5%. A inflação ficou em 9,3%.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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