
Na contramão das avaliações de economistas e da oposição de que 2015 será um ano de ajustes, Dilma Rousseff afirma que "o Brasil vai é bombar" no ano que vem. O comentário foi feito pela presidente num jantar com mulheres jornalistas no Palácio da Alvorada, que durou mais de quatro horas na noite desta terça-feira (6).
"Achar que o Brasil vai explodir em 2015 é ridículo", afirmou a petista, num encontro marcado como parte da nova estratégia do Planalto de abrir a agenda para políticos aliados e jornalistas. O objetivo foi responder críticas de adversários e passar otimismo com o futuro do país na tentativa de reverter a queda nas mais recentes pesquisas.
A economia dominou boa parte da conversa e Dilma disse haver uma "má vontade tremenda" nas análises no Brasil. Para Dilma, "a inflação está sob controle, mas não está tudo bem". Ela diz que a sensação de "mal estar" em relação aos preços se explica pela diferença da taxa de crescimento dos bens com a taxa do crescimento dos serviços.
"Nós não temos condição de fazer o investimento que produza efeito no serviço, isso demanda tempo. E todo mundo quer mais, quando alcança um desafio, quer outro. A gente fica ambicioso e quer mais", explicou. "O estoque de bens é de agora, mas o de serviços é um acúmulo do passado", disse, sustentando que faltaram investimentos no passado para melhorar a oferta dos serviços.
Enquanto tentava passar otimismo com a economia do país e com os programas de governo, a presidente Dilma Rousseff deu estocadas nos adversários. Sem falar em Aécio Neves, que recentemente falou que não hesitaria em tomar medidas impopulares, Dilma disse que isso não será preciso.
"Quem falou é que diga o que são medidas impopulares. Mas é preciso não confundir impopulares com antipopulares", alfinetou.
Para Eduardo Campos, a crítica voltou-se ao compromisso assumido recentemente por ele de perseguir meta de inflação de 3% ano ano. "Sabe o que isso significa? Desemprego da ordem de 8,2% e falta de recursos para investimentos".
Questionada sobre eventuais mudanças na equipe econômica, em especial sobre a possibilidade de transferência de Alexandre Tombini para o Ministério da Fazenda, Dilma foi categórica: "Não cogito nada". Ela também disse "não ter nada em perspectiva" ao descartar um possível aumento de impostos, como cogitado pelo titular da pasta, Guido Mantega.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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