domingo, 18 de maio de 2014

Cantor Fagner conta sobre Tragédias na volta para casa

 
O quadriênio que corresponde ao período entre as Copas do Mundo de 1982 e 1986 foi demasiadamente intenso em acontecimentos. Seria desonesto falar que vivi Fortaleza em sua plenitude no início desse período, pois estava mergulhado em turnês, mas trago comigo boas lembranças dessa época. Recordo uma Capital muito mais tímida que atualmente, além de uma sociedade tranquila e serena em meio ao crescimento que já era desenfreado da cidade.
Ainda assim, conseguia curtir muito sempre que retornava para cá. As vezes, me pego andando de carro à noite pelas ruas do Centro e relembro aquele período mágico. Essas viagens ao passado costumam terminar na rua Lauro Maia, redondeza por onde vivi, ou no Bar do Helano, onde revejo meus amigos.
Também recordo dos rachas com meus companheiros e dos jogos do Fortaleza e da seleção cearense no Presidente Vargas e no Castelão. Me sentia em casa nas arquibancadas. As recordações dessas atividades ainda trago comigo.
Entretanto, não sei dizer exatamente como a cidade viveu aquela Copa do Mundo de 1982, pois eu estava na Espanha, acompanhando tudo de perto e acabei caindo no colo daquela Tragédia do Sarriá.
Infelizmente, a única informação vinda de Fortaleza que chegou para todos que estávamos lá naquele momento foi a do triste acidente com o avião da Vasp na Serra da Aratanha.
Sarriá
Naquele Mundial, eu estava muito envolvido com a Seleção Brasileira devido à minha grande amizade com o Zico e com o Sócrates, principalmente. Segui aquele time desde as Eliminatórias da Copa, viajei com eles para a Europa e fui o primeiro a entrar no Hotel Lebreros, em Sevilla, onde o Brasil se concentrava.
Tive a honra, inclusive, de participar dos treinamentos. Telê Santana era meio difícil, mas me chamava para participar das atividades com o grupo.
Aquele time e o futebol apresentado por seus jogadores despertou o interesse do mundo inteiro. Nós, torcedores, estávamos muito confiantes e esse sentimento também existia na delegação brasileira.
Passada a fase em Sevilla, fomos para Barcelona e naquele fatídico 5 de julho caímos diante da Itália. Aconteceu o inesperado no Sarriá, foi uma perda terrível e, por estar junto aos jogadores, senti que também perdi aquele jogo por dolorosos 3 a 2.
A Tragédia do Sarriá é comparável às maiores vitórias das melhores seleções. Não foi à toa que vi Gentile e Paolo Rossi indo para o vestiário com a cara de quem vinha de uma guerra.
Havia algo de estranho naquele dia. Parecia que tudo conspirava para aquela derrota e eu via isso nas coisas pequenas, nos detalhes. A começar que eu sempre procurava brasileiros sem ingresso no entorno do estádio para presentear-lhes com entradas para a partida, mas naquele dia não encontrei ninguém.
Dona Matilde, mãe do Zico, estava em Portugal e disse que, após ter uma sensação estranha, se juntou a nós em Barcelona. Ela queria ver o Galinho. Os filhos de Zico, sempre muito alegres, estavam inquietos; o Bruno chorava muito.
Eu mesmo nunca me emocionei tanto quanto o fiz naquele jogo. Tudo era muito emblemático e quem gosta de futebol mantém o luto até os dias atuais.
No dia seguinte, eu era o capitão do time dos artistas estrangeiros, mas não tinha a menor condição psicológica de ir para o jogo festivo.
Abalado emocionalmente, segui por mais um tempo na Espanha, onde fiz uma turnê e gravei um disco com o espanhol Rafael Alberti, cerca de dois meses depois da Copa. Era uma homenagem a Pablo Picasso.
Não tinha condições de voltar, então fiz mais algumas parcerias na Europa, como com a Mercedes Sosa.
Retorno
Já em Fortaleza, acompanhei a Copa do Mundo de 1986 por aqui. Estava apavorado com o grande terremoto que atingiu o México e só iria justamente após o jogo contra a França, o qual o Brasil perdeu.
Acompanhei os jogos na casa de amigos. Começava o costume de ser ver jogo em bares, mas optava por um ambiente mais caseiro. Como na minha casa nunca entrou uma cerveja até hoje, ia para a residência de Paulo Barreto de Oliveira.
Ainda tínhamos muita esperança naquela Seleção; a moçada merecia ganhar uma Copa, mas não deu.
Apesar da nova decepção, posso dizer que 1986 marcou minha volta para casa. Com o fim da Ditadura Militar, mergulhei na campanha política do amigo Tasso Jereissati para governador e, posteriormente, na de Ciro Gomes para prefeito.
Naquele momento em que acabava a geração dos coronéis, eu passaria a percorrer meu Ceará como nunca tinha feito antes. Posso dizer que aquele menino que saiu de casa em 1970 tinha voltado para o seu lar.
Em depoimento ao repórter Eduardo Buchholz
CURIOSIDADES DA ÉPOCA
Lennon é assassinado
Em 9 de outubro de 1940, em Nova York, John Lennon foi assassinado em frente ao edifício onde residia após ser alvejado. O assassino Mark David Chapman cumpre prisão perpétua
Fim da ditadura
Em 15 de março de 1985, chegou ao fim o Regime Militar brasileiro após 21 anos de ditadura. O início da nova era democrática ainda foi marcado pela morte do presidente eleito Tancredo Neves, em21 de abril daquele ano
Papa no Castelão
Em 9 de julho de 1980, o papa João Paulo II celebra uma missa no estádio Castelão. Com 120 mil fieis presentes. A celebração detém o recorde de público da praça esportiva, que foi ampliada em virtude da visita papal
Uma Copa de novidades e estrelas na Espanha
A Copa do Mundo de 1982 foi a primeira a contar com 24 seleções. A grande estrela o Mundial da Espanha era a Seleção Brasileira comandada por Telê Santana, que tinha em seu plantel jogadores como Leandro, Júnior, Toninho Cerezo, Falcão, Zico, Sócrates e Éder. Para muitos, o melhor time que o Brasil já montou
Halley cruza o céu
Cometa Halley pôde ser visto da Terra pela última vez em 1986. A passagem chamou a atenção em todo o planeta e gerou uma série de boatos sobre o fim do mundo. A próxima passagem do cometa se dará apenas em 2061
E.T. Apaixona o mundo
Em 1982, o filme 'E.T. - O Extraterrestre' foi um sucesso estrondoso no cinema. A obra de Steven Spielberg ganhou 4 Oscars e foi a primeira película a ultrapassar a receita de US$ 700 milhões
3
Títulos mundiais de Fórmula 1 foram conquistados por Nelson Piquet na década de 1980. O piloto brasileiro triunfou a primeira vez no mundial de 1981, quando era piloto da Brabham. Pela mesma equipe, o carioca conquistou o bicampeonato em 1983. O tricampeonato só veio na temporada de 1987, quando já era piloto da tradicional Williams.
 Postado Por:Daniel Filho de Jesus

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PORTO ILHA AREIA BRANCA-RN -Em 1974 foi inaugurado o porto-ilha de Areia Branca, o principal escoadouro do sal produzido no Rio Grande do Norte para o mercado brasileiro. Situado 26 quilômetros a nordeste da cidade e distante da costa cerca de 14 milhas, consiste em um sistema para carregamento de navios com uma ponte em estrutura metálica com 398m de comprimento. O cais de atracação das barcaças que partem de Areia Branca tem 166m de extensão e profundidade de 7m. Ali o sal é descarregado para estocagem em um pátio de 15.000m2 de área e capacidade para 100.000t. O porto-ilha movimenta em média 7000 toneladas de sal por dia.

MINHA CIDADE -

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AREIA BRANCA MINHA TERRA - A cidade de Areia Branca começou como uma colônia de pescadores na ilha de Maritataca, à margem direita do rio Mossoró, diante do morro do Pontal, que marca a divisa entre as águas do rio e do oceano. A primeira casa de tijolos foi construída ali em 1867. Areia Branca é hoje um município de 23.000 habitantes e 374 quilômetros quadrados.

SE VOCÊ NÃO SABIA FIQUE SABENDO...O NOME COMPLETO DE D.PEDRO 1





Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon







Ordem: 1.º Imperador do Brasil



Início do Império: 7 de Setembro de 1822



Término do Império: 1831



Aclamação: 12 de outubro de 1822, Capela Imperial, Rio de



Janeiro, Brasil



Predecessor: nenhum



Sucessor: D. Pedro II



Ordem: 28.º Rei de Portugal



Início do Reinado: 10 de Março de 1826



Término do Reinado: 2 de Maio de 1826



Predecessor: D. João VI



Sucessor: D. Miguel I



Pai: D. João VI



Mãe: D. Carlota Joaquina



Data de Nascimento: 12 de Outubro de 1798



Local de Nascimento: Palácio de Queluz, Portugal



Data de Falecimento: 24 de Setembro de 1834



Local de Falecimento: Palácio de Queluz, Portugal



Consorte(s): D. Leopoldina de Áustria,



D. Amélia de Leutchenberg



Príncipe Herdeiro: Princesa D. Maria da Glória (filha),



Príncipe D. Pedro de Alcântara (filho)



Dinastia: Bragança