O quadriênio que corresponde ao período entre as Copas do Mundo de 1982
e 1986 foi demasiadamente intenso em acontecimentos. Seria desonesto
falar que vivi Fortaleza em sua plenitude no início desse período, pois
estava mergulhado em turnês, mas trago comigo boas lembranças dessa
época. Recordo uma Capital muito mais tímida que atualmente, além de uma
sociedade tranquila e serena em meio ao crescimento que já era
desenfreado da cidade.
Ainda assim, conseguia curtir muito sempre que retornava para cá. As
vezes, me pego andando de carro à noite pelas ruas do Centro e relembro
aquele período mágico. Essas viagens ao passado costumam terminar na rua
Lauro Maia, redondeza por onde vivi, ou no Bar do Helano, onde revejo
meus amigos.
Também recordo dos rachas com meus companheiros e dos jogos do
Fortaleza e da seleção cearense no Presidente Vargas e no Castelão. Me
sentia em casa nas arquibancadas. As recordações dessas atividades ainda
trago comigo.
Entretanto, não sei dizer exatamente como a cidade viveu aquela Copa do
Mundo de 1982, pois eu estava na Espanha, acompanhando tudo de perto e
acabei caindo no colo daquela Tragédia do Sarriá.
Infelizmente, a única informação vinda de Fortaleza que chegou para
todos que estávamos lá naquele momento foi a do triste acidente com o
avião da Vasp na Serra da Aratanha.
Sarriá
Naquele Mundial, eu estava muito envolvido com a Seleção Brasileira
devido à minha grande amizade com o Zico e com o Sócrates,
principalmente. Segui aquele time desde as Eliminatórias da Copa, viajei
com eles para a Europa e fui o primeiro a entrar no Hotel Lebreros, em
Sevilla, onde o Brasil se concentrava.
Tive a honra, inclusive, de participar dos treinamentos. Telê Santana
era meio difícil, mas me chamava para participar das atividades com o
grupo.
Aquele time e o futebol apresentado por seus jogadores despertou o
interesse do mundo inteiro. Nós, torcedores, estávamos muito confiantes e
esse sentimento também existia na delegação brasileira.
Passada a fase em Sevilla, fomos para Barcelona e naquele fatídico 5 de
julho caímos diante da Itália. Aconteceu o inesperado no Sarriá, foi
uma perda terrível e, por estar junto aos jogadores, senti que também
perdi aquele jogo por dolorosos 3 a 2.
A Tragédia do Sarriá é comparável às maiores vitórias das melhores
seleções. Não foi à toa que vi Gentile e Paolo Rossi indo para o
vestiário com a cara de quem vinha de uma guerra.
Havia algo de estranho naquele dia. Parecia que tudo conspirava para
aquela derrota e eu via isso nas coisas pequenas, nos detalhes. A
começar que eu sempre procurava brasileiros sem ingresso no entorno do
estádio para presentear-lhes com entradas para a partida, mas naquele
dia não encontrei ninguém.
Dona Matilde, mãe do Zico, estava em Portugal e disse que, após ter uma
sensação estranha, se juntou a nós em Barcelona. Ela queria ver o
Galinho. Os filhos de Zico, sempre muito alegres, estavam inquietos; o
Bruno chorava muito.
Eu mesmo nunca me emocionei tanto quanto o fiz naquele jogo. Tudo era
muito emblemático e quem gosta de futebol mantém o luto até os dias
atuais.
No dia seguinte, eu era o capitão do time dos artistas estrangeiros,
mas não tinha a menor condição psicológica de ir para o jogo festivo.
Abalado emocionalmente, segui por mais um tempo na Espanha, onde fiz
uma turnê e gravei um disco com o espanhol Rafael Alberti, cerca de dois
meses depois da Copa. Era uma homenagem a Pablo Picasso.
Não tinha condições de voltar, então fiz mais algumas parcerias na Europa, como com a Mercedes Sosa.
Retorno
Já em Fortaleza, acompanhei a Copa do Mundo de 1986 por aqui. Estava
apavorado com o grande terremoto que atingiu o México e só iria
justamente após o jogo contra a França, o qual o Brasil perdeu.
Acompanhei os jogos na casa de amigos. Começava o costume de ser ver
jogo em bares, mas optava por um ambiente mais caseiro. Como na minha
casa nunca entrou uma cerveja até hoje, ia para a residência de Paulo
Barreto de Oliveira.
Ainda tínhamos muita esperança naquela Seleção; a moçada merecia ganhar uma Copa, mas não deu.
Apesar da nova decepção, posso dizer que 1986 marcou minha volta para
casa. Com o fim da Ditadura Militar, mergulhei na campanha política do
amigo Tasso Jereissati para governador e, posteriormente, na de Ciro
Gomes para prefeito.
Naquele momento em que acabava a geração dos coronéis, eu passaria a
percorrer meu Ceará como nunca tinha feito antes. Posso dizer que aquele
menino que saiu de casa em 1970 tinha voltado para o seu lar.
Em depoimento ao repórter Eduardo Buchholz
CURIOSIDADES DA ÉPOCA
Lennon é assassinado
Em 9 de outubro de 1940, em Nova York, John Lennon foi assassinado em
frente ao edifício onde residia após ser alvejado. O assassino Mark
David Chapman cumpre prisão perpétua
Fim da ditadura
Em 15 de março de 1985, chegou ao fim o Regime Militar brasileiro após
21 anos de ditadura. O início da nova era democrática ainda foi marcado
pela morte do presidente eleito Tancredo Neves, em21 de abril daquele
ano
Papa no Castelão
Em 9 de julho de 1980, o papa João Paulo II celebra uma missa no
estádio Castelão. Com 120 mil fieis presentes. A celebração detém o
recorde de público da praça esportiva, que foi ampliada em virtude da
visita papal
Uma Copa de novidades e estrelas na Espanha
A Copa do Mundo de 1982 foi a primeira a contar com 24 seleções. A
grande estrela o Mundial da Espanha era a Seleção Brasileira comandada
por Telê Santana, que tinha em seu plantel jogadores como Leandro,
Júnior, Toninho Cerezo, Falcão, Zico, Sócrates e Éder. Para muitos, o
melhor time que o Brasil já montou
Halley cruza o céu
Cometa Halley pôde ser visto da Terra pela última vez em 1986. A
passagem chamou a atenção em todo o planeta e gerou uma série de boatos
sobre o fim do mundo. A próxima passagem do cometa se dará apenas em
2061
E.T. Apaixona o mundo
Em 1982, o filme 'E.T. - O Extraterrestre' foi um sucesso estrondoso no
cinema. A obra de Steven Spielberg ganhou 4 Oscars e foi a primeira
película a ultrapassar a receita de US$ 700 milhões
3
Títulos mundiais de Fórmula 1 foram conquistados por Nelson Piquet na
década de 1980. O piloto brasileiro triunfou a primeira vez no mundial
de 1981, quando era piloto da Brabham. Pela mesma equipe, o carioca
conquistou o bicampeonato em 1983. O tricampeonato só veio na temporada
de 1987, quando já era piloto da tradicional Williams.
Postado Por:Daniel Filho de Jesus
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SE VOCÊ NÃO SABIA FIQUE SABENDO...O NOME COMPLETO DE D.PEDRO 1
Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon
Ordem: 1.º Imperador do Brasil
Início do Império: 7 de Setembro de 1822
Término do Império: 1831
Aclamação: 12 de outubro de 1822, Capela Imperial, Rio de
Janeiro, Brasil
Predecessor: nenhum
Sucessor: D. Pedro II
Ordem: 28.º Rei de Portugal
Início do Reinado: 10 de Março de 1826
Término do Reinado: 2 de Maio de 1826
Predecessor: D. João VI
Sucessor: D. Miguel I
Pai: D. João VI
Mãe: D. Carlota Joaquina
Data de Nascimento: 12 de Outubro de 1798
Local de Nascimento: Palácio de Queluz, Portugal
Data de Falecimento: 24 de Setembro de 1834
Local de Falecimento: Palácio de Queluz, Portugal
Consorte(s): D. Leopoldina de Áustria,
D. Amélia de Leutchenberg
Príncipe Herdeiro: Princesa D. Maria da Glória (filha),
Príncipe D. Pedro de Alcântara (filho)
Dinastia: Bragança
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